Iraque já condenou mais de 90 pessoas à morte este ano
Somente nessa quinta-feira 40 sentenças foram pronunciadas como resposta ao massacre do Campo Speicher, que matou 1.700 pessoas em 2014
A Anistia Internacional (AI) denunciou que, desde o dia 1º de janeiro de 2016, 92 pessoas foram condenadas à morte no Iraque. Apenas nesta quinta-feira, 40 sentenças de pena de morte foram pronunciadas, no que a organização chamou de julgamento repleto de falhas e que demonstra “desdém das autoridades pela justiça e pela vida”.
O julgamento desta quinta, realizado em Bagdá, deliberou o destino de 47 pessoas suspeitas de envolvimento no massacre do Campo Speicher, em Tikrit, em junho de 2014, quando pelo menos 1.700 cadetes foram brutalmente mortos por combatentes do grupo terrorista Estado Islâmico. Sete acusados foram liberados pela Autoridade Judicial Federal do Iraque devido à falta de provas incriminatórias.
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Mais de 600 mandados de detenção foram emitidos durante as investigações do massacre. O Tribunal Central Criminal do Iraque anunciou que todos os casos relacionados com os crimes cometidos na academia militar seriam consolidados num único processo judicial.
“A grande maioria destes julgamentos foram profundamente injustos, com muitos dos acusados denunciando terem sido torturados para ‘confessar’ os supostos crimes”, denunciou o vice-diretor da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte de África, James Lynch. Segundo a organização, os tribunais iraquianos já haviam emitido pelo menos 52 sentenças de pena de morte desde o início do ano até o dia de hoje.
(Da redação)