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Irã apoia indicação de novo primeiro-ministro iraquiano

Assim como os EUA, Teerã respalda o processo democrático que levou Haidar al Abadi ao poder. Anúncio deverá impulsionar a formação de um novo governo

Por Da Redação
12 ago 2014, 18h51

Um funcionário do alto escalão do governo do Irã comunicou nesta terça-feira que o país parabeniza Haidar al Abadi pela indicação ao posto de primeiro-ministro do Iraque. Segundo o jornal britânico The Guardian, a declaração foi feita por Ali Shamkhani, secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional iraniano. Shamkhani, que também é um importante aliado do presidente Hassan Rohani e do aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Teerã apoia “o processo legal que escolheu o novo premiê iraquiano”. A postura do Irã pode ser determinante para impulsionar a formação de um novo governo no país. Mesmo com a escolha de Abadi para o cargo, o premiê Nouri al Maliki permanece relutante em abandonar o posto. Em busca de um terceiro mandato, ele afirma que a indicação não respeitou as normas estabelecidas na Constituição.

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O apoio iraniano, no entanto, é a segunda baixa importante sofrida por Maliki nos últimos dias. Antigo aliado de Teerã, o político parece ter ficado sozinho na briga para destituir Abadi. O jornal The Wall Street Journal salienta que o governo iraniano possui forte influência no Parlamento do Iraque, o que poderá minar os últimos pontos de apoio que Maliki encontra na Casa. Além disso, os Estados Unidos se pronunciaram em favor de Abadi. Na segunda-feira, o presidente Barack Obama respaldou o novo premiê e cobrou a formação de um governo inclusivo no país. Ele também pediu para que todas as forças políticas iraquianas colaborem de forma pacífica com a estabilização da nova gestão.

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Ao jornal The Guardian, Hossein Rassam, um analista iraniano sediado em Londres, disse que a posse de Abadi “não poderia ter se materializado sem a cooperação do Irã”. “Esse é resultado de uma série de negociações e barganhas feitas nos últimos dias. A decisão não foi tomada da noite para o dia”, afirmou. Ali Alizadeh, outro analista político iraniano, acrescentou que Teerã teve um “compromisso pragmático correto”, uma vez que o impasse na formação do novo governo tem atravancado a luta contra as forças terroristas do Estado Islâmico (EI). Se Maliki não deixar o posto de premiê, Abadi não poderá empossar o gabinete que deverá forma em no máximo trinta dias. “Essa decisão mostra que a prioridade do Irã é conter o EI, e não perder tempo pechinchando influência no governo do Iraque”, destacou Alizadeh.

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Apoio interno – Além de forças políticas no exterior, Abadi tem angariado importantes aliados no território iraquiano. Na região semiautônoma do Curdistão, autoridades disseram apoiar a indicação do primeiro-ministro, principalmente porque a formação do novo governo significará o fim da era Maliki. “A rapidez com que (Abadi) recebeu apoio internacional e entre os iraquianos mostra o quanto Maliki se tornou impopular nos últimos dias”, afirmou Hoshyar Zebari, um ex-ministro das Relações Exteriores curdo que foi demitido recentemente pelo premiê. Além de ter obtido a confiança da própria coalizão governista xiita, Abadi ganhou apoio junto à milícia Asaib Ahl al Haq, que apoiou Maliki no passado. Havia o temor de que o premiê pudesse apelar para o uso da força se não encontrasse mais manobras políticas a seu favor.

O jornal Washington Post, inclusive, atentou para a perigosa influência exercida por Maliki nas Forças Armadas. No domingo, um desafiante premiê reuniu soldados iraquianos no centro do governo, em Bagdá, em uma demonstração de força para intimidar o presidente Fouad Massoum, responsável pela indicação de Abadi. Um comunicado divulgado pelos assessores de Maliki, no entanto, pontuou que ele se encontrou com chefes de segurança iraquianos para pedir “distância da crise política”. Uma foto do político sentado em uma longa mesa com trinta policiais e militares também foi divulgada. Segundo a nota, Maliki disse às autoridades para “não interferir e deixar este assunto ser resolvido pela população, pelos políticos e pela lei.”

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