Intoxicação mata 13 detentos em penitenciária da Venezuela
Outros 145 estão recebendo tratamento; governo afirma que grupo invadiu farmácia durante motim
Pelo menos treze detentos morreram e outros 145 estão recebendo atendimento por intoxicação em uma penitenciária da Venezuela, anunciou o governo. Ativistas dos direitos humanos, no entanto, anunciaram um balanço com mais de vinte mortos.
O Ministério de Serviços Penitenciários afirmou que presos que faziam greve de fome invadiram a enfermaria do Centro de Reclusão David Viloria (conhecido como penitenciária de Uribana) durante um motim e ingeriram de forma descontrolada “antibióticos, antiepilépticos, anti-hipertensivos e álcool puro”.
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Segundo o comunicado oficial, “um grupo de internos se declarou em greve de fome na segunda-feira para exigir a destituição de um funcionário ministerial que acreditavam ter sido nomeado diretor do centro”.
A versão oficial é contestada pela ONG Observatório Venezuelano de Prisões, que declara, com base em relatos de familiares dos detidos, que eles teriam ficado doentes depois de beber água fornecida pelas autoridades. A organização também registrou um número maior de vítimas: dezessete detentos mortos em hospitais de Lara e outros quatro em Maracay, no Estado de Aragua.
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O familiar de um detido em Uribana relatou à agência France-Presse que os presos são regularmente espancados durante as inspeções, suas famílias são maltratadas e as visitas são limitadas a uma por mês. Além disso, também seriam servidos alimentos decompostos, a água potável seria racionada a poucos dias por semana e a superlotação em pequenos pavilhões facilitaria a propagação de doenças.
O Ministério Público venezuelano designou uma equipe de procuradores e especialistas em criminalística para investigar as mortes.
O boletim mais recente do observatório ressalta a crise carcerária no país, com 150 detentos mortos no primeiro semestre deste ano em vários atos de violência — no ano passado, mais de 500 morreram. De acordo com a ONG, as penitenciárias da Venezuela enfrentam problemas de superlotação e os detentos vivem em condições insalubres e sofrem de desnutrição.
(Com agências EFE e France-Presse)