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Imprensa internacional destaca reportagem de VEJA

Três ex-integrantes da cúpula do governo da Venezuela confirmaram a conspiração denunciada pelo procurador federal Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro

Por Da Redação
14 mar 2015, 13h31

A impresa internacional destacou neste sábado reportagem da edição de VEJA desta semana, na qual três ex-integrantes da cúpula do governo da Venezuela confirmaram a conspiração denunciada pelo procurador federal Alberto Nisman, morto em 18 de janeiro. Apenas quatro dias antes, ele tinha apresentado à Justiça uma denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e outras quatro pessoas acusadas de acobertar a participação do Irã no atentado terrorista que resultou em 85 mortos e 300 feridos na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994.

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Reportagem do jornal argentino “Clarín” destaca que o relato das testemunhas para VEJA “se alinha” com a denúncia, apresentada pelo procurador Nisman antes de morrer, de que a presidente argentina tramou a inocência dos terroristas que provocaram o atentado. O importante jornalista argentino Jorge Lanata retuitou a repercussão da reportagem. O diário argentino “La Nación” também destacou que o governo chavista fez vários “negócios sujos” com o Irã. Na Venezuela, o jornal “La Verdad” ressaltou as revelações inéditas da conspiração “Irã-Kirchner”.

Acordo – A Venezuela mediou o acordo entre Cristina e o ex-presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad. A confirmação da participação venezuelana na farsa foi destacada pela Agência Efe. Desde 2012, doze altos funcionários do governo chavista buscaram asilo nos Estados Unidos, onde colaboram com as autoridades em investigações sobre a participação do governo de Caracas no tráfico internacional de drogas e no apoio ao terrorismo.

VEJA conversou, em separado, com três dos doze chavistas exilados nos Estados Unidos. Eles confirmaram a VEJA que, por intermédio da Venezuela, o Irã mandou dinheiro para a campanha da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em troca de segredos nucleares e de acobertar a participação de iranianos no atentado terrorista na sede da Amia.

Segundo eles, os representantes do governo argentino receberam grandes quantidades de dólares em espécie. Em troca do dinheiro, dizem os chavistas dissidentes, o Irã pediu que a autoria do atentado fosse acobertada

Os argentinos deviam também compartilhar com os iranianos sua longa experiência em reatores nucleares de água pesada, um sistema antiquado, caro e complexo, mas que permite a obtenção de plutônio a partir do urânio natural. Esse atalho é de grande proveito para um país interessado em construir bombas atômicas sem a necessidade de enriquecer o urânio e, assim, chamar a atenção das autoridades internacionais de vigilância.

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As testemunhas esclareceram que a Argentina foi beneficiada por transações legais e ilegais. Chávez e Ahmadinejad viram na compra de títulos da dívida argentina pela Venezuela, que já vinha ocorrendo desde 2005, uma oportunidade para atrair a Argentina para um acordo. Em 2007, o Tesouro venezuelano comprou 1,8 bilhão de dólares em títulos da dívida argentina. No fim de 2008, a Venezuela estava de posse de 6 bilhões de dólares em papéis da dívida soberana argentina. Para a Argentina o negócio foi formidável, dado que a permanente ameaça de moratória espantava os investidores. Os Kirchner, Néstor e Cristina, fizeram diversos agradecimentos públicos a Chávez pela operação financeira.

Menos refinada e mais problemática foi a transferência direta de dinheiro de Caracas para Buenos Aires. Em agosto de 2007, Guido Antonini Wilson, um empresário venezuelano radicado nos Estados Unidos, foi flagrado pela aduana argentina tentando entrar no país com uma maleta com 800 000 dólares. Ele afirmou, depois, que o dinheiro se destinava à campanha de Cristina Kirchner, que dois meses depois viria a ser eleita presidente da Argentina, sucedendo a seu marido, Néstor. Coincidentemente, Chávez tinha uma visita oficial à capital argentina agendada para dois dias depois da prisão de Antonini.

Um dos ex-integrantes do governo chavista ouvidos por VEJA estava com Chávez quando ele foi avisado da prisão por Rafael Ramírez, então presidente da PDVSA, a estatal de petróleo, e hoje embaixador da Venezuela na ONU. Chávez reagiu com um palavrão e perguntou quem tinha sido o “idiota” que coordenou a operação. “A verba era originária do Irã para a campanha de Cristina Kirchner”, diz a testemunha da cena. Ele completa: “Não posso afirmar que ela sabia que o dinheiro era iraniano, mas é certo que tinha consciência de que vinha de uma fonte clandestina”.

Essa revelação, de que a verba na mala de Antonini tinha origem iraniana, foi destacada pelo site da revista “Perfil”, da Argentina.

(Da Redação)

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