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Ignorada por líderes ocidentais, Rússia celebra os 70 anos da vitória contra os nazistas

Vladimir Putin organiza um desfile militar de grandes proporções para expor sua força perante o mundo. Nenhum líder de um grande país irá comparecer à cerimônia em Moscou

Por Da Redação
8 Maio 2015, 13h43

Com mais de 16.000 soldados, blindados, aviões e um desfile militar na Praça Vermelha de grande magnitude até mesmo para os padrões belicistas do país, a Rússia celebra neste sábado o 70º aniversário da vitória contra a Alemanha nazista, uma demonstração de força de Vladimir Putin ignorada pelos líderes ocidentais. Cada 9 de maio carrega sua mensagem: se em 2014 o presidente russo assistiu um desfile militar em uma Crimeia recém-anexada, este ano estará só na Praça Vermelha, rodeado apenas pelos dirigentes de Cuba, Índia e China, mas sem nenhum líder europeu de primeira grandeza e sem a presença de um alto representante dos Estados Unidos – país aliado dos russos na II Guerra Mundial.

Apesar de Putin ainda ser popular para boa parte dos russos, ele se transformou em um pária para as democracias ocidentais após a anexação da Crimeia e o envolvimento dos russos nos conflitos separatistas no leste da Ucrânia. “Somos fortes, não mexam conosco, essa é a mensagem que o desfile vai enviar este ano”, adverte Alexandre Baunov, pesquisador do Centro Carnegie de Moscou. “A Rússia quer dizer ao Ocidente: ‘Nos bastamos sozinhos'”, diz Igor Koroshenko, do Conselho Consultor do Ministério de Defesa russo.

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Um ano após o início da crise na Ucrânia, a lista de convidados que confirmaram presença no desfile ilustra o isolamento de Moscou. “Em 9 de maio vamos ter uma amostra de verdade do vazio entre Rússia e Europa”, disse Baunov. A grande maioria dos dirigentes ocidentais, seus aliados quando se tratava de vencer a Alemanha nazista, declinaram o convite para 9 de maio em Moscou e criticam seu apoio e fornecimento de armas para os separatistas pró-russos no leste ucraniano.

A Rússia pode contar, apesar disso, com a presença do ditador cubano Raúl Castro, do cipriota Nicos Anastasiades, do chinês Xi Jinping e do indiano Narendra Modi. Também estarão lá os dirigentes dos territórios separatistas georgianos de Abecásia e Ossétia do Sul, não reconhecidos pela Comunidade Internacional. Alguns optaram por viajar para Moscou sem participar das comemorações, como o presidente tcheco Milos Zeman e o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que não assistirão ao desfile, além da chanceler alemã Angela Merkel, que vai chegar à capital russa no dia seguinte. Dos 68 dirigentes convidados, estarão somente 22, além do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e da Diretora-Geral da UNESCO, Irina Bokova.

‘Dia de orgulho’ – A Rússia celebra todos os anos a vitória aliada na II Guerra Mundial em 9 de maio – a rendição foi assinada na noite de 8 de maio de 1945 em Berlim, 9 de maio na hora de Moscou – com um grande desfile militar na Praça Vermelha. “É um dia de glória, um dia de orgulho para nosso povo, um dia que marca nossa mais alta veneração a uma geração de vencedores”, declarou Vladimir Putin. O aniversário da vitória, pela qual morreram pelo menos 27 milhões de soviéticos, é considerado por 42% dos russos como a festa mais importante do ano, na frente do Natal ou de seus próprios aniversários, segundo uma pesquisa recente do centro independente Levada.

Alemanha – Os alemães lembraram nesta sexta os 70 anos do fim do nazismo, comemorando uma libertação tanto para o país quanto para toda a Europa, durante uma cerimônia no Reichstag, sede do Parlamento. O fim da II Guerra Mundial foi “para todo o continente um dia de libertação”, mas não “um dia em que os alemães conseguiram se libertar sozinhos”, declarou o presidente do Parlamento, Norbert Lammert, que agradeceu aqueles que, pagando “o preço de perdas impensáveis, colocaram fim ao reino do terror nazista”.

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“Hoje, lembramos as milhares de vítimas de um trabalho de destruição sem precedentes, lançado contra outros povos e nações, contra os eslavos, contra os judeus europeus”, acrescentou Lammert. A cerimônia foi acompanhada pela chanceler alemã, Angela Merkel, pelo presidente, Joachim Gauck, e pelos deputados das duas câmaras do Parlamento alemão. Segundo uma pesquisa da YouGov publicada no fim de abril, 76% dos alemães consideram o fim da guerra uma libertação de seu país, mais que uma derrota militar.

(Da redação)

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