Homem é preso por ameaçar diretor que publicou charges de Maomé
A publicação do cartum causou protestos em diversos países, em meio a uma onda de revolta no mundo islâmico
A polícia francesa prendeu neste sábado, na cidade de Rochelle, um homem que teria publicado em um site defensor da cultura islâmica um pedido para que decapitassem o diretor da revista satírica Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier, conhecido pelo apelido “Charb”, por causa da publicação de caricaturas do profeta Maomé.
Os agentes acreditam que o homem, de 40 anos, é o autor de um texto que dizia que “o essencial é não deixar viver em paz” o diretor da revista. O texto também pedia sua cabeça, embora não citasse diretamente o nome de Charb, informou a emissora local France Info.
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Precedentes – A Justiça da França abriu uma investigação preliminar sobre o caso na última sexta-feira por “provocação com o objetivo de cometer um crime contra a vida” e, nesta manhã, a seção antiterrorista da Brigada de Repressão da Delinquência contra a Pessoa (BRDP) capturou o suspeito.
Na quarta-feira passada, um jovem de 18 anos foi detido em Toulon também em ligação com o caso. Segundo um membro de sua família, o rapaz tinha intenção de viajar a Paris para assassinar membros da redação da Charlie Hebdo.
Histórico – A publicação do cartum causou protestos em diversos países, em meio a uma onda de revolta no mundo islâmico contra um filme que satiriza Maomé. Embaixadas, escolas e centros culturais franceses foram fechados em 20 nações muçulmanas por ordem do governo da França após a primeira publicação das charges.
Segundo os preceitos muçulmanos, qualquer representação do profeta é considerada um pecado, especialmente se ele for retratado de forma cômica. Em Paris, a polícia entrou em alerta depois que protestos programados por alguns grupos muçulmanos foram proibidos.
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O semanário Charlie Hebdo, cujo escritório em Paris está sob proteção policial, desafiou os críticos das charges ao lançar uma nova edição da publicação que causou furor e esgotou em poucos minutos na quarta-feira. A republicação chegou às bancas do país na sexta-feira.
(Com agência EFE)