O presidente da França, François Hollande, insistiu nesta segunda-feira para que o colega americano, Barack Obama, acabe com o embargo comercial sobre Cuba, o que considerou como o “vestígio da Guerra Fria”. Em declaração à imprensa junto ao ditador cubano, Raúl Castro, após uma reunião entre ambos no Palácio do Eliseu, Hollande afirmou que, apesar dos “progressos” realizados pelos Estados Unidos, ainda falta eliminar o bloqueio.
“Obama, que fez vários gestos, deve, como ele mesmo disse, ir até o final e permitir que este vestígio da Guerra Fria termine”, disse Hollande. Para o líder, a França “sempre esteve convencida da necessidade de suspender o embargo apesar das tensões internacionais” e esta foi a mensagem enviada às autoridades cubanas ao viajar para o país em maio do ano passado.
Leia também:
Papa Francisco reúne cubanos esperançosos em missa lotada
Autoridades de Miami rejeitam consulado de Cuba na cidade
Após o discurso de Hollande, Castro, em visita de Estado à França até esta terça-feira, agradeceu ao presidente francês por sua mensagem contra o embargo e por exercer um “papel de liderança” nas relações entre Cuba e a União Europeia (UE).
“A França é um grande parceiro para Cuba. Somos duas nações com realidades históricas e culturais diferentes, mas nossas relações são de amizade”, expressou Castro. O presidente cubano enfatizou que foi aberta “uma nova etapa” nas relações econômicas entre ambos os países, especialmente após o recente acordo com o Clube de Paris para reestruturar uma dívida de 11,1 bilhões de dólares (dos quais mais de 4 bilhões de dólares correspondiam à França) em cessação de pagamentos desde 1986.
Os credores perdoaram em 12 de dezembro 8,5 bilhões de dólares correspondentes a juros e Cuba se comprometeu a pagar os 2,6 bilhões de dólares estantes em um prazo de 18 anos. De acordo com Castro, o acordo assinado nesta segunda-feira com a França, pelo qual ambos os países destinarão 231 milhões de dólares endividados a um fundo franco-cubano, servirá para financiar projetos de desenvolvimento na ilha.
(Com EFE)