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Hollande corta gastos sociais e recebe críticas da esquerda e da direita

Durante a campanha de 2012, o presidente francês afirmou que os benefícios não seriam alterados. França sofre pressão para diminuir gastos públicos

Por Da Redação
17 out 2014, 10h51

O endividado governo francês foi atacado pela direita e pela esquerda nesta sexta-feira por conta de seus planos de cortar os pagamentos de benefícios sociais a famílias, ao decidir relacioná-los, pela primeira vez em mais de meio século, ao total da renda familiar, quebrando um tabu político. Pagamentos em dinheiro baseados no número de filhos em uma casa têm sido, desde o fim da II Guerra Mundial, uma grande parte da política social familiar, atribuída por muitos ao fato de a França ter a maior taxa de natalidade na Europa, ao lado da Irlanda.

A ministra de Assuntos Sociais, Marisol Touraine, anunciou na quinta-feira que os benefícios familiares seriam cortados pela metade para casas que ganham 6.000 euros (18.000 reais) ou mais de renda tributável por mês, e em três quartos quando os rendimentos superarem 8.000 euros (24.000 reais). Hollande havia prometido deixar intactos os benefícios familiares antes de sua eleição em 2012. O governo, que esta semana disse que precisaria de uma segunda prorrogação de dois anos antes que possa honrar os compromissos com a União Europeia para reduzir a escala do déficit nacional, espera que os cortes de benefícios economizem 400 milhões de euros (1,2 bilhão de reais) em 2015 e 800 milhões (2,4 bilhões de reais) um ano depois.

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O presidente socialista, François Hollande, está cada vez mais dividido entre as demandas de países como Alemanha, que exigem medidas mais decisivas para consertar as finanças públicas, e vozes dissidentes de seu próprio partido, que acreditam que ele já está aplicando austeridade demais sobre os eleitores. Um político socialista recentemente deixou o governo, após Hollande ter buscado reafirmar autoridade sobre a mudança na política do benefício familiar.

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“Esta solução não tem o meu apoio”, disse Benoit Hamon, ex-ministro da Educação e um dos dissidentes do Partido Socialista que até agora não conseguiram ter força suficiente para alterar a política, mas cujo descontentamento pode levar Hollande a não considerar cortes mais agressivos. Outros críticos dos cortes dos benefícios familiares incluem sindicatos e políticos de direita. “Eles estão atacando as políticas familiares, mas apenas as políticas familiares”, disse o legislador conservador Eric Woerth à rádio RTL, levantando a possibilidade de desafiar a medida em um tribunal constitucional. “Essa é uma das raras políticas que funcionam bem na França, temos uma alta taxa de natalidade”, disse o ex-ministro do Orçamento.

Laurence Rossignol, uma representante de assuntos familiares do governo, disse que 88% dos que recebem o benefício não veriam mudanças, considerando que os cortes apenas teriam efeito para as famílias com rendimentos de 6.000 euros ou mais.

(Com agência Reuters)

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