O governo chinês lamentou nesta segunda-feira os “preconceitos” da ex-secretária de Estado americana e atual pré-candidata à Presidência, Hillary Clinton, que criticou o fato de o presidente da China, Xi Jinping, ter co-presidido no domingo uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York sobre o papel da mulher. A China é questionada pela comunidade internacional por perseguir quem faz oposição ao governo, ativistas de direitos humanos e jornalistas.
“Alguns mantêm preconceitos sobre a China, mas esperamos que respeitem a soberania judicial do país”, assinalou o porta-voz de Relações Exteriores chinês Hong Lei em resposta a Hillary, que qualificou de “falta de vergonha” o fato de Xi liderar o encontro na Assembleia Geral das Nações Unidas. O porta-voz chinês insistiu que o país “é governado pelo Estado de Direito e protege as liberdades e os interesses de seus cidadãos de acordo com a lei”.
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Xi presidiu o encontro junto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a diretora-executiva de ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka. A razão de a China ter tido este papel de destaque é pela reunião ter lembrado o 20º aniversário da Cúpula da Mulher de Pequim, um dos primeiros encontros internacionais que a cidade sediou.
Além de Hillary, organizações como a Anistia Internacional (AI) consideraram “hipócrita” o protagonismo de Xi no fórum, levando em conta que nos últimos meses foram detidas na China importantes ativistas, como a advogada Wang Yu e a jornalista Gao Yu. “As autoridades chinesas mantêm ainda privadas de liberdade dezenas de ativistas de direitos humanos e submetem centenas mais à sua perseguição”, lembrou a AI em comunicado.
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(Da redação)