“Lauf Weg!” (corram, rápido!), gritou a guia de turismo Sibel Satiroglu para um grupo de mais de vinte pessoas que visitava o milenar Obelisco de Teodósio, na manhã da última terça-feira, em Istambul. O alerta da profissional para que os turistas deixassem imediatamente o local conseguiu salvar o grupo do atentado cometido pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Se a guia não tivesse dado o alerta, a bomba detonada pelo árabe de origem síria Nabil Fadli, de 28 anos, poderia ter causado uma tragédia ainda maior e elevado o número de turistas alemães mortos. “Eu ouvi um ligeiro ‘click’ enquanto estava falando para o grupo. Logo percebi que não era um barulho normal e olhei em volta. Vi um jovem com cavanhaque, que parecia um turco, que puxava uma corda”, relatou a Satiroglu.
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“Naquele momento, entendi que estava para acontecer algo terrível e gritei. Comecei a correr. A bomba explodiu imediatamente”, disse a guia de turismo, que se feriu na perna e perdeu a audição em um dos ouvidos. Depois de passar 48 horas internada no hospital, Sibel quis participar de uma homenagem às vítimas. O relato da guia, que é conhecida em Istambul, permitiu que as autoridades reconstituíssem os detalhes do atentado.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, anunciou que “dezenas” de pessoas já foram presas sob suspeita de ligação com o ataque. Além dos dez alemães mortos, outras quinze pessoas ficaram feridas. Em resposta, o governo da Turquia intensificou os bombardeios contra alvos do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, matando mais de vinte jihadistas nas últimas 48 horas.
(Com ANSA)