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ONU faz alerta sobre guerra na Síria: o pior está por vir

Emissário das Nações Unidas está longe de obter acordo para o fim dos conflitos no país. E afirma que a população já perdeu a esperança

Por Da Redação
25 dez 2012, 15h03

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta terça-feira para o agravamento da guerra civil na Síria. E afirmou: a população do país já perdeu a esperança de uma solução para o conflito. O enviado internacional da ONU Lakhdar Brahimi ficará até domingo em Damasco, com o objetivo de tentar aplicar um plano para o fim da matança na região, mas os principais grupos de oposição seguem rejeitando qualquer solução que não passe pela saída do ditador Bashar Assad. Já as últimas conversas de Brahimi com Assad também não denotaram vontade alguma de negociar por parte do regime, segundo diplomatas. Além disso, existem sintomas crescentes de uma guerra sectária na oposição contra Assad.

A ONU teve que cortar o envio de alimentos oferecido a 1,5 milhão de sírios pela falta de fundos, e John Ging, um alto funcionário da organização, disse que “a comunidade humanitária na Síria está em dificuldades”. Com quatro milhões de pessoas em situação precária no país e mais de 500.000 refugiados registrados no exterior “é cada vez mais difícil fazer as coisas mais elementares para ajudar as pessoas a sobreviver”, disse Ging, diretor de operações do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

“As pessoas estão perdendo as esperanças porque só veem mais violência no horizonte, apenas preveem mais deterioração”, acrescentou. Dispondo de apenas metade dos fundos comprometidos por países membros, a ONU lançou sua maior campanha para arrecadar 1,5 milhão de dólares no próximo ano.

Com um saldo de vítimas mortais que supera as 44.000, segundo ativistas sírios e outro duro inverno que se aproxima, as esperanças de uma solução diplomática do conflito são virtualmente inexistentes. “Não vemos nenhuma perspectiva do fim da violência ou do começo de um diálogo político” efetivo, disse o chefe da ONU Ban Ki-moon, antes da última viagem a Damasco de Brahimi esta semana, que deu poucos sinais de uma mudança de atitude.

“Assad parece ter posto Brahimi contra a parede novamente, o Conselho de Segurança da ONU, não está nem sequer próximo de mostrar ao enviado o apoio que necessita e os rebeldes não estão abertos a um compromisso atualmente”, disse um diplomata do organismo executivo das Nações Unidas. Rússia e China vetaram três tentativas do Conselho de Segurança para aprovar uma resolução que pressione Assad com sanções. Os membros ocidentais do Conselho afirmam agora que não faz sentido seguir por este caminho.

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Ban ecoa agora as crescentes advertências da ONU de que a evolução do conflito que já dura 21 meses, leve a “atrocidades sectárias”. “Existe um risco crescente de que as comunidades civis, incluindo as alauítas e outras minorias a quais o governo se associa, suas forças de segurança, milícias e aliados, sejam objeto de ataques de represália em grande escala”, disse Adama Dieng, representante especial da ONU para prevenção de genocídios.

Brahimi “lutou para encontrar a forma de reunir o regime e os rebeldes”, segundo Richard Gowan do Centro de cooperação internacional da Universidade de Nova York. Gowan admitiu, contudo, que Brahimi deverá projetar uma série de “Planos B”. O “improvável e melhor cenário” seria que Assad aceitasse sua derrota e o enviado da ONU tivesse que negociar sua partida, disse Gowan. A ONU já tem planos de contingência para o envio de uma força de paz se isso acontecer. “Se, como parece mais provável, Assad e sua aliados lutarem até a morte”, a segunda opção de Brahimi é pedir aos rebeldes para mostrar moderação em seu triunfo e organizar rapidamente a ajuda e negociações políticas como o Afeganistão fez após 2001, antecipou Gowan.

“A última opção evoca o ‘caso Somália'”, disse. “Se acontecer um colapso generalizado, suas prioridades serão conseguir que todas as facções aceitem a ajuda humanitária, assim como minimizar o risco do uso de armas químicas e criar mecanismos alternativos para dialogar e chegar a um eventual acordo de paz”. “Quantos mais planos de contingência tiver à disposição, melhor será”, destacou Gowan.

(Com agência France-Presse)

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