Grã-Bretanha e Suécia criticam decisão da ONU sobre Assange
O relatório das Nações Unidas não tem força legal, lembraram autoridades britânicas e suecas, mas representa uma vitória para o fundador do WikiLeaks
Um relatório de um comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que Julian Assange, fundador do WikiLeaks, enfrenta uma “detenção arbitrária”. Assange vive há três anos e meio na embaixada do Equador em Londres, para evitar ser detido. Após a divulgação da notícia, o governo da Grã-Bretanha informou nesta sexta-feira que nada mudou e que, caso Assange deixe a embaixada, será detido. O governo da Suécia também informou que as acusações contra o australiano seguem válidas.
A decisão da ONU não tem força legal, lembraram autoridades britânicas e suecas, mas representa uma vitória para Assange. “Nós tivemos hoje uma vitória realmente significativa que trouxe um sorriso ao meu rosto”, disse Assange a repórteres por meio de uma vídeo conferência feita na embaixada equatoriana. O secretário das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, qualificou as conclusões do comitê da ONU como “francamente ridículas”. A chancelaria britânica comunicou que contestará formalmente a decisão. Promotores suecos querem extraditar Assange para que ele seja questionado sobre as alegações de ataque sexual. Segundo eles, a decisão do comitê da ONU “não tem impacto formal na investigação em andamento, segundo a lei sueca”.
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O comitê da ONU, conhecido como Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária, recomendou que autoridades da Suécia e do Grã-Bretanha deem a Assange liberdade de movimento e disse que ele tem o direito de pedir uma indenização. Assange nunca foi acusado formalmente e nega as alegações. Ele argumenta que os esforços das autoridades suecas são um prelúdio para que ele seja extraditado para os Estados Unidos e acusado criminalmente por vazar milhares de documentos secretos americanos. Os EUA por enquanto não acusaram Assange nem pediram sua extradição.
(Da redação)