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Governo sírio pedirá cessar-fogo em conferência, diz ministro

Em entrevista ao "Guardian", vice-primeiro-ministro Qadri Jamil afirmou que conflito chegou a um impasse e nenhum dos lados têm condições de vencer

Por Da Redação
19 set 2013, 20h13

O regime do ditador sírio Bashar Assad vai pedir um cessar-fogo aos rebeldes durante a conferência de Genebra, na Suíça, que discutirá o futuro do país. A afirmação foi feita pelo vice-primeiro-ministro Qadri Jamil ao jornal britânico The Guardian. Na entrevista, o responsável por assuntos econômicos declarou que o conflito atingiu um impasse, já que nenhum dos lados envolvidos tem poder de fogo suficiente para sair vitorioso. De acordo com o ministro, o cessar-fogo seria uma forma de recuperar a devastada economia síria e buscar uma solução pacífica para a guerra civil que já custou mais de 100.000 vidas, segundo dados da ONU.

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“Nem os rebeldes armados da oposição nem o regime é capaz de derrotar o outro lado. Esta balança zerada de forças não mudará por um tempo”, disse Jamil, em nome do governo. Ele afirmou que a proposta a ser apresentada em Genebra inclui “um fim à intervenção estrangeira, um cessar-fogo e o lançamento de um processo político pacífico, de forma que a população síria possa desfrutar de sua autodeterminação sem intervenção estrangeira e de forma democrática”. Jamil é um dos únicos integrantes do conselho de ministros oriundo dos pequenos partidos seculares apontados no ano passado para quebrar o monopólio do governista Baath.

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O problema da declaração de Jamil sobre o cessar-fogo é que menciona uma conferência que deverá ser conduzida por Washington e Moscou que, como de hábito, apresentam divergências. Especialmente sobre quem deve participar. Os Estados Unidos defendem que a Coalizão Nacional Síria seja o único grupo opositor presente. Mas o próprio grupo tem se recusado a negociar com Assad no poder. A posição russa sobre a questão foi dada ao Guardian por um dos chefes do Comitê Nacional de Coordenação por Mudança Democrática (CNC), depois de um encontro com representantes do governo da Rússia. A proposta seria levar três grupos de oposição para Genebra: o CNC, a Coalizão Nacional Síria e uma delegação de curdos. Chamada de Genebra Dois, a conferência não tem data para ocorrer. Uma conferência anterior, em junho, durou apenas um dia, sem que nenhum sírio participasse.

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Cessar-fogo – No mais recente movimento envolvendo Estados Unidos e Rússia em relação à Síria, Vladimir Putin apresentou uma proposta de a Síria se desfazer de seu arsenal químico, com a supervisão da ONU. O plano salvou Barack Obama do labirinto no qual ele havia se colocado ao defender uma intervenção em resposta ao massacre de civis no dia 21 de agosto – e se ver sem o apoio de alguns de seus maiores aliados e dos membros do Congresso. No entanto, a probabilidade de Assad entregar as armas é mínima. E, ainda que houvesse boa vontade do governo sírio, seria preciso acertar um cessar-fogo com os rebeldes para que os inspetores da ONU trabalhassem em segurança.

A declaração de Jamil não pode ser vista como um indício de que ao menos este entrave pode ser superado, pois até a efetivação de uma trégua parece improvável. O vice-primeiro-ministro afirmou que, se o cessar-fogo for aceito pela oposição, teria de ser colocado sob “observação internacional”, o que poderia ser assegurado por monitores ou equipes de paz da ONU. Tentativas anteriores fracassaram. No ano passado, negociações entre o então emissário das Nações Unidas para a Síria Kofi Annan e o regime estabeleceram uma trégua, que não foi respeitada. Em tempo, o mediador internacional renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo.

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