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Governo quer afastar responsável pela investigação da morte de Nisman, diz promotor

Segundo o promotor Ricardo Sáenz, o governo argentino está pressionando a promotora Viviana Fein para que ela abandone o caso

Por Da Redação
3 fev 2015, 20h58

O promotor Ricardo Sáenz afirmou nesta terça-feira que o governo argentino está pressionando a promotora Viviana Fein para que ela abandone a investigação sobre a misteriosa morte de Alberto Nisman. O procurador foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Buenos Aires, com um tiro na cabeça, dias depois de apresentar uma grave denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e vários apoiadores, segundo a qual o governo atuou para encobrir a participação do Irã no atentado contra um centro judaico na capital argentina em 1994 que deixou 85 mortos.

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Nisman morreu no dia 18 de janeiro, e Viviana mais de uma vez veio a público desmentir versões do governo para o caso. “Ela é a pessoa que outro dia saiu com um papel da Iberia na mão e desmentiu a presidente da nação. Essa é Viviana Fein. Mas querem tirá-la do caso, é evidente”, disse Sáenz, superior direto da promotora, em entrevista a uma rádio local. O episódio citado pelo promotor refere-se a uma passagem aérea emitida por Nisman no dia 31 de dezembro para voltar a Buenos Aires no dia 12 de janeiro. O documento foi apresentado pela promotora para desmentir a presidente, que havia lançado suspeita sobre uma volta de férias inesperada do promotor, em uma tentativa de desqualificar a investigação realizada por Nisman desde 2004.

Reportagem do ‘Clarín’ – Na mesma entrevista, Sáenz criticou a equipe de comunicação do Ministério Público, avaliando que ela “não está a altura” para lidar com o caso. Apesar das declarações do promotor, Viviana afirmou que não sofre pressões e que se isso ocorresse, seria a primeira a denunciar. Disse ainda que não houve “manipulação” da Procuradoria Geral nos comunicados sobre a morte de Nisman. “Eu posso ter incorrido em um erro involuntário em uma informação”, disse, sobre a existência de um rascunho encontrado no lixo do apartamento do promotor, no qual ele pedia que a presidente fosse detida.

No domingo, o jornal Clarín revelou a existência de outra versão da denúncia, na qual estava incluído o pedido de prisão de Cristina Kirchner e também do chanceler Héctor Timerman. Ontem, a promotora negou a existência do rascunho, em comunicado publicado pelo Ministério Público. O chefe de gabinete do Executivo, Jorge Capitanich, elevou o tom e rasgou as páginas do diário com a reportagem, classificando-a de “lixo”.

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O jornal não só ratificou o publicado, como nesta terça publicou documentos confirmando que Nisman de fato planejou solicitar a prisão da presidente. A promotora Viviana reconheceu então “um erro”, admitindo a existência de outra versão, que faz parte da sua investigação. “Foi um erro de interpretação”, disse, segundo o La Nación. Ela esclareceu que ditou por telefone o comunicado divulgado ontem. “Não houve má intenção. Quero deixar isso muito claro, porque foi um erro de terminologia, de interpretação, que eu assumo”.

Parlamentares opositores, no entanto, isentaram Viviana e apontaram para a procuradora-geral, Alejandra Gils Carbó, sugerindo que ela manipulou o comunicado. “Fez a promotora dizer algo que não havia dito para tentar cobrir o que havia expressado Capitanich”, acusou a deputada Patricia Bullrich.

A também opositora Laura Alonso considerou “escandaloso” o papel de Capitanich e de Alejandra, acrescentando que eles deveriam considerar uma renúncia. “Estão afetando gravemente a imagem presidencial e a confiança dos argentinos nas instituições”.

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