O ex-chefe de Operações da Secretaria de Inteligência da Argentina (SIDE) Antonio Stiuso disse acreditar que o promotor-geral Alberto Nisman, morto pouco depois de denunciar que a ex-presidente Cristina Kirchner teria acobertado terroristas, não se suicidou. “Mataram Nisman, e foi um grupo vinculado ao governo”, disse Stiuso à juíza Fabiana Palmaghini, ex-responsável pelo caso, conforme divulgou a imprensa local. Ainda segundo ele, Cristina estava entre as pessoas mais interessadas na morte de Nisman. Stiuso, no entanto, não mostrou provas sobre suas declarações.
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Em janeiro do ano passado, Nisman acusou a então presidente de “decidir, negociar e organizar um plano de impunidade e acobertar os foragidos iranianos” acusados pelo atentado contra o centro judaico Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos em 1994, “com o objetivo de fabricar a inocência do Irã”. Segundo o magistrado, que apareceu morto poucos dias depois, ela teria tido motivos comerciais, como intercâmbio de petróleo e grãos, para acobertar os iranianos.
De acordo com declarações de fontes judiciais citadas pelo jornal argentino Clarín, Stiuso explicou que “quando [o marido de Cristina e ex-presidente] Néstor Kirchner morreu, Cristina pediu que deixássemos de investigar as pistas que ligavam aos iraquianos. Não obedecemos, e isso me custou o emprego e Nisman terminou como terminou”.
Horas após o depoimento de Stiuso, a juíza Fabiana Palmaghini pediu para deixar o cargo, dizendo se sentir incompetente para lidar com a causa.
(Com ANSA)