General norte-coreano tido como morto reaparece durante congresso do partido
Oficiais da Coreia do Sul denunciaram em fevereiro que o general Ri Yong Gil havia sido executado por "sectarismo, abuso de autoridade e corrupção"
Em fevereiro deste ano, os sul-coreanos denunciaram que a Coreia do Norte havia executado o chefe do Estado-Maior do país, Ri Yong Gil, aliado do ditador Kim Jong-un. No entanto, o general não só está vivo como reapareceu no congresso do partido único da Coreia do Norte e, nesta terça-feira, foi nomeado para duas posições de alto escalão da órgão.
Ri Yong Gil era considerado um dos mais próximos aliados de Kim Jong-un e a terceira pessoa na hierarquia militar do país. Em fevereiro, oficiais sul-coreanos com conhecimento sobre a política da Coreia do Norte denunciaram que ele havia sido condenado e executado por “sectarismo, abuso de autoridade e corrupção”. Ri realmente havia parado de comparecer a eventos do governo e de ser citado nas notícias da imprensa estatal.
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Contudo, além de ter comparecido e ter sido fotografado no congresso neste fim de semana, Ri ainda foi nomeado membro do influente Comitê Central e da Comissão Militar Central do partido. A informação foi divulgada pela imprensa estatal local nessa terça-feira.
A confusão criada pela denúncia da Coreia do Sul expõe as dificuldades que até mesmo agentes de inteligência têm em descobrir o que está acontecendo dentro do regime norte-coreano, o mais fechado do mundo. Como o país raramente divulga as execuções de seus funcionários, a maioria das denúncias sobre casos como esses não podem ser confirmadas.
Dúvidas sobre a suposta execução do general Ri surgiram nas semanas que se seguiram à denúncia. Em março, a emissora sul-coreana MBN desmentiu que Ri havia sido executado e informou que ele tinha sido rebaixado de posto e afastado do governo, e que depois retornaria ao serviço. Ao reaparecer nesta terça-feira, o militar exibia apenas três estrelas no uniforme, em vez das quatro que ostentava antes, reforçando a teoria.
(Da redação)