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França realiza primeiros bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria

Por Da Redação
27 set 2015, 12h30

Afirmando agir em “legítima defesa”, a França realizou seus primeiras ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, na véspera do anúncio de um plano russo para uma coalizão contra os jihadistas. Os ataques visaram um campo de treinamento dos jihadistas perto de Deir Ezzor (leste), que foi “totalmente destruído”, segundo o presidente François Hollande. “Nossas forças atingiram seus objetivos”, acrescentou.

Seis aviões foram utilizados e não houve perdas civis nos ataques realizados com base em informações coletadas durante as operações aéreas de reconhecimento e fornecidas pela coalizão, explicou o chefe de Estado francês. “Outros ataques poderão ocorrer, se necessário”, ressaltou.

Pouco antes, o Eliseu garantiu que esta ação confirma a determinação de “lutar contra a ameaça terrorista do Daech” (acrônimo em árabe do EI). Estes primeiros bombardeios foram conduzidos “em legítima defesa” e tiveram como alvo “santuários do Daech, onde são treinados aqueles que atacam a França”, afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro francês Manuel Valls.

Até então, Paris se negava a intervir militarmente na Síria, temendo que suas ações militares servissem aos interesses do presidente sírio, Bashar al-Assad, considerado pela França o principal responsável pela guerra em seu país. A França iniciou em 8 de setembro voos de reconhecimento sobre a Síria. Há um ano, ela lidera uma campanha de bombardeios no Iraque (operação Chamal, com cerca de 215 ataques e 344 alvos destruídos), e expandiu suas operações para a vizinha Síria.

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De acordo com Paris, que descartou qualquer intervenção terrestre, os ataque têm como principal objetivo a prevenção de atos terroristas na Europa, visando, de forma orientada, centros de comando, de treinamento e logística do grupo jihadista. Também ocorrem em meio à grave crise dos refugiados sírios na Europa, enquanto alguns líderes políticos defendem que os bombardeios contra o EI poderiam ajudar a frear o fluxo de refugiados.

Desde 22 de setembro do ano passado, a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardeou quase 7.000 vezes (4.444 ataques no Iraque e 2.558 na Síria), de acordo com dados do comando americano. Quase 80% desses ataques foram realizados por aviões americanos.

Até agora, a campanha aérea da coalizão não atingiu os resultados esperados. No Iraque, nenhuma grande cidade foi recuperada pelas forças pró-governo. Na Síria, apesar de o EI ter sido contido pelos curdos ao longo da fronteira com a Turquia, os jihadistas tomaram Palmyra em maio e fizeram recentemente progressos na região de Aleppo, ameaçando perigosamente as rotas de abastecimento para a Turquia de outros grupos rebeldes. Além disso, um plano dos Estados Unidos de apoiar e treinar dezenas de rebeldes está prestes a se transformar em um fiasco.

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Na frente diplomática, depois de mais de quatro anos de conflito que deixou cerca de 240.000 mortos, o impasse permanece: entre a procrastinação no campo ocidental, o apoio dos turcos, sauditas e do Catar aos grupos rebeldes sunitas que enfrentam o regime de Assad, que mostra sinais muito claros de cansaço, mas que conta com o apoio do Irã e da Rússia. Moscou tem fortalecido nas últimas semanas suas capacidades militares na região de Latakia (oeste), reduto do regime. E o presidente Vladimir Putin está se preparando para anunciar um grande plano para a Síria, coma criação de uma coalizão para combater o EI, e que deverá incluir Assad, atualmente visto como um pária pela comunidade internacional em razão da terrível violência infligida a seu povo.

Neste contexto, Putin explicou neste domingo querer estabelecer uma ampla “coordenação” com os países da região para combater o EI. Para Paris, “o caos sírio deve encontrar uma resposta global”, segundo indicou a presidência francesa neste domingo, enquanto muitos veem os bombardeios franceses na Síria como uma mudança na posição francesa em favor do regime de Damasco.

“Mais do que nunca, é urgente estabelecer uma transição política, que reúna elementos do regime e da oposição moderada (…)”, de acordo com a presidência. Mas alguns especialistas são céticos sobre a eficácia dos ataques aéreos franceses. Eles veem especialmente uma dimensão política e uma maneira de voltar a entrar no jogo diplomático, na véspera do 70º Assembleia Geral da ONU, que se inicia segunda-feira em Nova York.

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(Com agência AFP)

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