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França diz que vai esperar relatório da ONU antes de decidir sobre Síria

Presidente François Hollande já havia anunciado que não se lançaria sozinho em uma ofensiva contra o regime de Bashar Assad

Por Da Redação
6 set 2013, 17h38

O presidente da França, François Hollande anunciou nesta sexta-feira que vai esperar a apresentação do relatório dos inspetores da ONU sobre a utilização de armas químicas na guerra civil antes de ordenar uma eventual operação militar contra o regime do ditador Bashar Assad. O resultado da investigação deverá ser divulgado até o final deste mês.

“O relatório deve ser divulgado o mais rápido possível e será objeto de apreciação”, disse Hollande, apontando que o melhor seria que o Conselho de Segurança decidisse pela condenação, caso contrário, uma “grande coalizão deverá ser formada para reunir todos os países que não aceitam que um regime possa utilizar armas químicas”, disse Hollande, que já havia avisado que, se o Congresso americano for contra a operação planejada pelo presidente americano Barack Obama, a França “não vai agir sozinha”.

Os franceses têm se manifestando contra o envolvimento do país em uma operação militar. Um levantamento realizado pelo jornal Le Figaro apontou que 64% dos entrevistados são contra uma intervenção militar internacional na Síria. E, se uma coalizão se formar para atacar o regime de Damasco, 68% afirmaram que seriam contra a participação da França.

Mesmo com a decisão de esperar o posicionamento da ONU, Hollande admitiu que o documento que está sendo elaborado será “limitado”, uma vez que não apontará responsáveis, apenas confirmará – ou não – o uso de armas químicas. Os Estados Unidos foram menos sutis ao falar sobre o relatório. O secretário de Estados John Kerry afirmou na última semana que, “pela definição do seu próprio mandato, a ONU não pode nos dizer nada do que já não saibamos”. Mesmo assim, Obama decidiu buscar apoio dos congressistas, que deverão votar na próxima semana uma proposta de ataque a alvos específicos na Síria.

ONU – O entrave para que o Conselho de Segurança tome uma decisão no sentido de punir o regime Assad está na oposição de China e Rússia. Os russos reafirmaram nesta sexta-feira o apoio a Damasco no caso de uma intervenção militar. “Se nós ajudaremos a Síria? Nós ajudaremos. Estamos ajudando agora. Fornecemos armas, cooperamos no âmbito econômico, e espero que cooperemos mais na esfera humanitária, para ajudar os civis que estão em uma situação difícil hoje”, disse o presidente Vladimir Putin.

Ele também reforçou a defesa de que uma ação contra a Síria sem o aval do Conselho de Segurança seria ilegal. Além da Rússia, a China é outra aliada de Assad com poder de veto no conselho. Moscou rejeita as acusações de Washington e Paris de que as forças de Assad foram responsáveis pelo ataque químico do dia 21 de agosto, que deixou mais de 1 400 mortos, segundo a Casa Branca.

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A porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf, ponderou que a necessidade de aval da ONU não acaba com a necessidade de uma resposta ao ataque. “Não podemos permitir que a Síria aja impunemente porque um ou dois países se recusam a responsabilizá-los no Conselho de Segurança”.

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Evacuação – Com a escalada das tensões na região, o Departamento de Estado ordenou a retirada de todos os funcionários não essenciais que trabalham no Líbano e reforçou a segurança nas representações diplomáticas do Líbano e também da Turquia. Os comunicados oficiais não mencionaram diretamente a Síria, mas alertaram para um “perigo em potencial” aos cidadãos que forem viajar nos próximos dias. O governo americano também alertou cidadãos do país para que não viagem ao Líbano ou ao sul da Turquia – e permaneçam em alerta para “potenciais episódios de violência” nas outras regiões do território turco.

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Nenhum detalhe sobre ameaças específicas às embaixadas americanas em Beirute, no Líbano, ou ao consulado em Adana, na Turquia, foi revelado. O aviso, no entanto, foi emitido apenas uma semana antes do aniversário de doze anos do atentado contra as torres do World Trade Center, em 11 de setembro. E também em meio ao debate sobre os planos de intervir na Síria. “É claro que a tensão na região, incluindo na Síria, tem um papel nisso”, disse a porta-voz a jornalistas.

“Devido à tensão na região, além das ameaças ao nosso pessoal e instituições do governo americano, estamos agindo com extrema precaução para proteger nossos funcionários e suas famílias, empregados locais e visitantes de nossas instalações”, afirmou Marie Harf em um comunicado divulgado mais cedo.

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