França bombardeia posições do Estado Islâmico na Síria pela segunda vez
Ataques foram em Raqqa, no centro do país. No norte, os jihadistas avançam em Aleppo uma semana depois de ataques russos atingirem rebeldes que lutam contra Assad e o EI
A força aérea da França bombardeou na noite de quinta-feira, pela segunda vez, posições do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na região central da Síria, anunciou nesta sexta o ministro da Defesa do país, Jean-Yves Le Drian. O ministro afirmou à emissora Europe 1 que seu país interveio novamente porque sabe que existem na Síria, concretamente nos arredores de Raqqa, “centros de combatentes estrangeiros cuja missão é vir a França e Europa para cometer atentados”.
Aviões-caça Rafale lançaram bombas sobre esse campo de treinamento e “atingiram os alvos”, acrescentou Le Drian, que parabenizou os pilotos franceses por uma operação que, segundo ele, “não é a primeira, nem será a última”. Após 20 dias de reconhecimento aéreo do terreno, o exército francês deu início aos primeiros bombardeios no dia 27 de setembro com o argumento de que a organização jihadista representa uma ameaça direta para sua segurança nacional.
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Desde o momento em que se mostrou disposto a participar dos bombardeios na Síria, o governo francês insistiu no princípio da “legítima defesa”, ao justificar o combate direto ao Estado Islâmico. O presidente François Hollande já tinha alertado no final de setembro que novas incursões poderiam ocorrer caso necessário e sempre com o mesmo fim: “identificar alvos onde sabemos que o grupo terrorista EI pode ameaçar a segurança” da França.
Avanço em Aleppo – O grupo terrorista EI obteve seu maior avanço em meses na província de Aleppo, no norte da Síria, onde está a apenas “poucos quilômetros de sua capital”, informou nesta sexta o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdul Rahman. Os jihadistas tomaram nos últimos dias o controle das localidades de Fafin, Tel Farah, Tel Suis, Al Maarat, Kafr Qars e a região de Hara, controladas por facções rebeldes que lutam para derrubar o ditador Bashar Assad.
Este progresso foi conseguido porque as facções rebeldes sírias, “são mais fracas e não dispõem de muitos meios”, disse Abdul Rahman por telefone. O avanço do grupo terrorista acontece uma semana depois do início da intervenção russa no conflito sírio em apoio ao regime de Assad. De acordo com os Estados Unidos e com a Otan, grande parte dos ataques russos foram dirigidos contra posições dos grupos rebeldes que tentam derrubar a ditadura e também combatem os jihadistas.
(Da redação)