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Farc e governo chegam a acordo sobre tráfico de drogas

Guerrilha colombiana afirma que pretende romper laços com o narcotráfico; acordos de paz ainda vão debater reparações para vítimas e desarmamento

Por Da Redação
16 Maio 2014, 22h15

Os negociadores do governo colombiano chegaram a um acordo com o grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) sobre o comércio ilegal de drogas, o terceiro item de uma agenda de cinco pontos das conversações de paz que estão sendo travadas entre representantes das duas partes em Cuba.

De acordo com um comunicado conjunto, as Farc se comprometeram a romper seus laços com o narcotráfico, que é uma das principais fontes de financiamento do grupo terrorista. O governo, por sua vez, se compromete a tratar o consumo de drogas como uma questão de saúde pública, e não só como crime.

A questão do acordo sobre drogas inclui três pontos: substituição de cultivos ilícitos; criação de programas de prevenção de consumo e saúde pública; e uma solução para a produção e venda de drogas.

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Mesmo com o acordo, as Farc continuaram tentando se distanciar de seu papel na produção e comércio de drogas. A guerrilha sempre negou qualquer ligação direta com a atividade ilegal e admite apenas cobrar uma espécie de imposto dos produtores. No comunicado conjunto, foi usada uma linguagem cheia de rodeios para que os terroristas admitissem sua ligação.

“As Farc se comprometem a contribuir de maneira efetiva com a maior determinação e de diferentes formas e mediante ações práticas com a solução definitiva para o problema das drogas ilícitas, e, em um cenário de fim do conflito, de colocar fim a qualquer relação que em função da rebelião e do conflito se criou com esse fenômeno (o narcotráfico)“, diz o comunicado conjunto.

O acordo também inclui esforços conjuntos para retirar minas terrestres que foram instaladas em áreas controladas pela guerrilha.

Negociações – As conversas de paz entre o governo colombiano e a guerrilha incluem cinco pontos. Dois já foram acertados nos últimos meses: a questão do problema agrário da Colômbia e o ingresso dos membros da guerrilha na política assim que o movimento se desmobilizar. Os detalhes dos pontos só serão divulgados assim que o acordo completo for assinado.

Restam ainda duas questões sobre reparação das vítimas do conflito e como será feito o desarmamento da guerrilha. Por fim, as duas partes também devem discutir de que forma o acordo passará a valer. O governo é favorável a um referendo popular, já as Farc ainda querem discutir a questão.

Cessar-fogo – O acordo sobre o narcotráfico foi alcançado horas depois de as Farc e o grupo rebelde ELN anunciarem um cessar-fogo unilateral de uma semana, durante o período das eleições presidenciais na Colômbia. Tal cessar-fogo deve ser visto com ceticismo já que a guerrilha já propôs ações semelhantes no passado para fortalecer suas posições e avançar sobre outras áreas.

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O governo colombiano anunciou nesta sexta-feira que manterá as operações militares, apesar da trégua unilateral. “Não vamos deixar de persegui-los simplesmente porque farão o favor de deixar de cometer um dos tantos crimes que cometem”, assegurou o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón. “Cada vez que adotamos tréguas bilaterais, isso significa um fortalecimento dos grupos armados.”

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que busca um novo mandato de quatro anos na eleição de 25 de maio, já havia descartado nesta semana um cessar-fogo por parte de suas tropas.

As negociações entre as Farc e o governo estão sendo travadas desde novembro de 2012. Neste período o governo manteve a ofensiva contra os terroristas e as Farc continuaram a cometer crimes. Os mais recentes envolveram o uso de crianças em ações terroristas. Em um caso ocorrido na quarta-feira, dois garotos de 13 e 14 anos atiraram granadas em um grupo de policiais que disputava uma partida de futebol na cidade de Tumaco. Segundo a revista Semana, vários policiais ficaram feridos. Os dois garotos morreram.

(Com agências Reuters e France-Presse)

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