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Exército enviou e-mail ordenando destruição das fotos do cadáver de Bin Laden

Uma mensagem do chefe das forças especiais dos Estados Unidos também solicitava aos funcionários que entregassem as imagens ao serviço secreto

Por Da Redação
13 fev 2014, 06h03

Preocupado com o vazamento de fotografias que mostrassem o corpo do terrorista Osama Bin Laden baleado após a operação militar que culminou em sua morte em 2011, no Paquistão, o Exército americano enviou aos seus funcionários um e-mail ordenando a destruição de todos os arquivos dessa espécie. A mensagem assinada pelo então chefe das forças especiais dos Estados Unidos, William McRaven, foi enviada em 13 de março de 2011, apenas duas semanas depois da morte do fundador do grupo radical Al Qaeda. Além de destruir as imagens, McRave também sugeriu que os funcionários poderiam entregá-las à CIA, o serviço secreto americano, informou a rede CNN.

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“Um item que eu gostaria de enfatizar são as fotos, particularmente os documentos eletrônicos. Neste ponto, todas as fotos devem ser entregues para a CIA. Se você ainda estiver de posse de imagens, destrua todas elas imediatamente ou as entregue”, afirmou McRaven. O e-mail em questão foi obtido pelo grupo de ativistas conservadores Judicial Watch (Observatório Jurídico, na tradução livre), que cobra a divulgação das fotos da operação realizada no Paquistão. A mensagem, que foi praticamente toda redigida, foi divulgada após um pedido feito ao Ato de Liberdade e Informação.

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Dias antes de McRaven passar as instruções aos seus subordinados, o Judicial Watch moveu um processo na Justiça para obrigar o governo dos Estados Unidos a publicar as fotos de Bin Laden morto. “Embora existam múltiplos pedidos para essa informação, e uma ação judicial para essa informação, há uma ordem direta para destruir os registros que foi enviada para sabe-se lá quem”, disse o presidente da organização, Tom Fitton.

Procurado pela CNN, um porta-voz disse que McRaven não faria nenhum comentário sobre o assunto. Também é incerto se ainda existem fotos que mostram o corpo de Bin Laden. Nos dias que se seguiram à operação, o presidente Barack Obama disse que não autorizaria nenhuma publicação de imagens referentes ao cadáver do terrorista. A alegação do governo é de que as imagens poderiam ameaçar a segurança nacional, uma vez que os extremistas seguidores da Al Qaeda seriam tomados pelo impulso de querer vingar o fundador da organização radical.

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“É importante para nós assegurar que fotos que mostram alguém que foi baleado na cabeça não estejam circulando por aí como um incitamento adicional à violência, como uma ferramenta de propaganda”, disse Obama ao programa 60 Minutos, da rede CBS. O ex-diretor assistente do FBI, Tom Fuentes, também expressou a mesma preocupação do presidente. “Você veria essas imagens para sempre na televisão. Isso poderia aumentar as chances de a Al Qaeda recrutar futuros membros, fazendo de Bin Laden uma espécie de mártir.”

Um especialista em assuntos militares ouvido pela CNN disse que o e-mail enviado por McRaven também poderia ter o objetivo de proteger segredos, fontes e métodos utilizados pelas forças especiais. O presidente do Judicial Watch, no entanto, discorda desse posicionamento. “O direito dos cidadãos americanos de saber o que o seu governo é capaz de fazer deve ser limitado porque nós não queremos ofender terroristas e seus simpatizantes? Para mim isso é inacreditável. Essa é uma operação histórica e as pessoas têm o direito de ter acesso a essa informação”, disse Fitton.

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A Suprema Corte dos Estados Unidos não compactuou com as alegações do Judicial Watch e rejeitou ouvir a apelação enviada pela organização.

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