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Ex-diretor da CIA vazou dados confidenciais para filme sobre Osama

Governo é acusado de destacar caçada para usá-la como trunfo eleitoral

Por Da Redação
6 jun 2013, 10h08

O ex-chefe da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Leon Panetta, revelou detalhes confidenciais ao roteirista de A Hora Mais Escura, o filme sobre a caça a Osama bin Laden, segundo um documento do Pentágono divulgado na quarta-feira por um grupo de investigação independente. A revelação deve trazer ainda mais problemas à administração Barack Obama, devastada por uma série de escândalos.

Segundo a Inspeção Geral do Pentágono, Panetta, agora secretário da Defesa, revelou detalhes “top secret” (ultrassecretos) da operação que resultou na morte do ex-líder da Al Qaeda durante uma cerimônia na sede da CIA em homenagem aos que participaram da caçada. O diretor do filme, Mark Boal, compareceu ao evento.

“Durante a cerimônia de reconhecimento, o diretor Panetta identificou exatamente a unidade que realizou o ataque e deu o nome de quem dirigia as operações no terreno”, afirma o comunicado. O relatório preliminar feito pela Inspeção Geral do Pentágono ainda não foi publicado, mas foi obtido pelo Projeto para a Supervisão do Governo (Pogo, na sigla em inglês), uma organização independente especializada em investigações do governo americano.

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A investigação foi solicitada pelo congressista republicano de Nova York, Peter King, então presidente da Comissão de Segurança Nacional na Câmara de Representantes. O congressista republicano acusou o governo Obama de agir para destacar sua principal conquista de política externa – a eliminação do homem mais procurado do planeta – em função da campanha presidencial de 2012. O Pentágono se negou a comentar a informação revelada por Pogo, mas um porta-voz da Inspeção Geral disse que ainda está trabalhando na investigação.

Política – A revelação é um novo problema para Barack Obama, cujo governo tem defendido uma postura rígida na contenção do vazamento de informações confidenciais. O governo tem enfrentado dificuldades para diferenciar informações de interesse público de violações da chamada “segurança nacional”, uma discussão que envolve o julgamento de Bradley Manning, o soldado que vazou dados confidenciais ao WikiLeaks, e os grampos de telefonemas e e-mails de jornalistas da agência de notícias Associated Press e da rede Fox News. Aparentemente, a Casa Branca está disposta a repassar informações confidenciais quando lhe convém, no caso para a bem-sucedida caçada de bin Laden.

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Além disso, o caso evidencia problemas sistêmicos em relação à independência de inspetores federais que deveriam checar irregularidades de departamentos e agências do governo. A investigação também prova que Panetta mentiu sobre as informações que teria repassado aos cineastas.

Em maio de 2012, o ex-chefe da CIA disse, em uma audiência no Senado, que não repassou “informações inapropriadas”. “Deixe-me dizer que, como ex-diretor da CIA, eu deploro vazamentos não autorizados de informações confidenciais. É claro que isso é intolerável se vamos tentar defender este país. Precisamos proteger os envolvidos em operações clandestinas”, disse Panetta.

(Com agência France-Presse)

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