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EUA: Senado aprova indicação de 1ª negra para Departamento de Justiça

Loretta Lynch substituirá Eric Holder como procuradora-geral. Votação foi travada pelos republicanos por 5 meses

Por Da Redação
23 abr 2015, 19h51

O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira a indicada pelo presidente Barack Obama para substituir Eric Holder na procuradoria-geral e chefia do Departamento de Justiça do país. Loretta Lynch, de 55 anos, foi aprovada para o cargo por 56 votos contra 43, sendo que dez republicanos se uniram aos democratas para respaldar a sua indicação. O desfecho positivo para a administração de Obama torna Loretta a primeira mulher negra a assumir a função – ela será a segunda mulher no cargo, depois de Janet Reno, nomeada por Bill Clinton.

A aprovação do nome de Loretta encerra um impasse de mais de cinco meses criado pela maioria republicana no Congresso. A controvérsia teve início porque os opositores consideravam que Loretta era partidária do presidente por ter defendido a política do Executivo para reformar as leis de imigração.

Durante a sabatina de sua confirmação, em janeiro, Loretta foi perguntada pelo senador republicano Ted Cruz, atual pré-candidato à Presidência, sobre o que ela pensava a respeito da reforma imigratória. Loretta considerou ser “razoável” a intenção de Obama de permitir que milhões de imigrantes que entraram clandestinamente no país tenham sua permanência legalizada pelo Executivo sem o consentimento do Congresso. A declaração deu início a uma oposição ferrenha. A fim de ampliar o limbo no qual se encontrava a indicação, o senador republicano Mitch McConnell, líder da maioria do Senado, congelou a votação e passou adiante a discussão sobre um projeto de lei de tráfico humano que levou semanas para se concretizar. A medida só foi aprovada na quarta, por 99 votos a 0.

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Nesta quinta, uma ala republicana voltou a criticar a escolha de Obama para o cargo. “Não temos que confirmar alguém para o cargo mais alto do sistema judiciário dos EUA se está pessoa está comprometida em denegrir o Congresso”, disse o senador republicano pelo Alabama, Jeff Sessions. O jornal The New York Times, no entanto, ressaltou que os dez republicanos que aprovaram a indicação de Loretta temiam a repercussão negativa que poderia ser desencadeada pelo veto ao nome de uma mulher negra com excelentes credenciais para o cargo e forte apoio no sistema judiciário.

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Antes da votação, senadores democratas repudiaram a postura apresentada pela oposição no caso. “Embora esteja grato pela confirmação da senhora Lynch, o processo que levou à sua nomeação é uma prova de tudo que está errado com a liderança republicana. Os senadores republicanos fizeram a nomeação durar dezes vezes mais do que uma indicação normal para irritar o presidente”, declarou Harry Reid, líder da minoria democrata na Casa. O próprio presidente Obama demonstrou descontentamento com a ala republicana na última semana. “Isso já foi longe demais. Chega. Chega. Chamem Loretta Lynch para uma votação. Confirmem o seu nome. Coloquem-na no cargo. Deixem-na trabalhar”, afirmou.

Após o resultado final ser divulgado, Eric Holder emitiu um comunicado parabenizando Loretta pela indicação. Holder foi o primeiro negro a tomar posse do cargo e vinha trabalhando para controlar a escalada nas tensões raciais após o país registrar protestos maciços contra as mortes de Michael Brown, em Ferguson, e Eric Garner, em Nova York. Ele havia renunciado à pasta em setembro, mas esperava a confirmação de sua substituta para entregá-la de uma vez. “Conheci e trabalhei próximo à Loreta por muitos anos. Sei que ela continuará o trabalho vital que essa administração tem desempenhado e deixará a própria marca inovadora no departamento no qual nós dois tivemos o privilégio de servir”, afirmou Holder.

Filha de um líder dos movimentos pelos direitos civis na Carolina do Norte, Loretta deverá continuar muitas das políticas desempenhadas por Holder na administração. Por ter trabalhado como promotora, ela chega ao cargo com um forte relacionamento com grupos de policiais que se sentiram criticados injustamente em meio às manifestações de cunho racial dos últimos meses. Ela terá pouco mais de 18 meses para trabalhar no governo, uma vez que o mandato de Obama se encerra em 2016, mas entre as prioridades de Loretta está a tentativa de elevar a moral dos departamentos policiais, aprimorar a resposta do departamento de Justiça a casos de segurança digital e investir no combate ao tráfico humano. Não há planos para Loretta advogar a favor ou contra a legalização da maconha, tema que vem pautando as políticas internas dos Estados americanos nos últimos anos.

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(Da redação)

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