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EUA: quem, de fato, vai escolher o próximo presidente

De olho nos estados indecisos, considerados estratégicos nas eleições, Obama e Romney investiram centenas de milhões de dólares em eventos de campanha

Por Cecília Araújo
5 nov 2012, 10h52

Às vésperas das eleições nos Estados Unidos, o candidato republicano Mitt Romney ainda lidera algumas pesquisas de voto popular. Porém, o presidente Barack Obama leva ligeira vantagem nos estados indecisos que, pelo sistema eleitoral americano, vão determinar o resultado no pleito desta terça-feira. Enquanto a maioria dos estados tem uma preferência clara pelo Partido Democrata ou pelo Republicano, alguns são relativamente neutros – conhecidos como swing states. Neles, margens muito pequenas de intenção de voto separam Obama e Romney, e por isso os candidatos investiram centenas de milhões de dólares em eventos de campanha nesses locais.

Como funcionam as eleições

Nos Estados Unidos, a votação para presidente é indireta, feita por 538 delegados. Eles são divididos entre os 50 estados americanos mais o distrito federal de acordo com sua população e seu número de deputados federais. O vencedor não é aquele que receber o maior número de votos dos eleitores, mas aquele que atingir a cota mínima de 270 delegados estaduais. Quanto mais populoso é um estado, mais deputados ele tem e mais peso possui na eleição. O candidato escolhido na Califórnia, por exemplo, leva todos os votos do colégio eleitoral do estado. Dessa forma, os partidos são obrigados a construir uma campanha nacional consistente, mesmo em lugares com menor número de eleitores.

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“Um misto de convencer os eleitores indecisos e fazer com que mais americanos compareçam às urnas é o segredo para ambos os candidatos”, diz John Hudak, pesquisador do Brookings Institute.

Por isso, Obama dedicou recursos substanciais para eventos de campanha em estados estratégicos que ainda não se posicionaram, como Flórida e Ohio, e também apostou em convencer mais eleitores a votar. Romney também está de olho nos eleitores desses estados, claro, e, na última sexta-feira, mostrou ter chances reais ao reunir 20.000 pessoas ao seu comício em Ohio.

“Nos estados com votação antecipada, esse esforço se mostrou bem-sucedido, e deve continuar sendo no dia da eleição”, completa Hudak. Cary Covington, professor do departamento de Ciências Políticas da Universidade de Iowa, concorda: a vantagem de Obama é explicada pela sua estratégia aparentemente bem-sucedida de construir uma liderança maior nos estados indecisos.

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Mas Romney também não ficou para trás. Um exemplo foi ter passado as últimas semanas pedindo votos no tradicional estado industrial de Ohio, especialmente porque Obama ampliou seu apoio ali ao ajudar a resgatar o setor automobilístico. “É possível saber quais estados são vistos como chave pelos candidatos pelas suas escolhas de viagens. Romney e Obama vieram a Ohio várias vezes nesta reta final da campanha presidencial”, afirma Grant Neeley, professor de Ciências Políticas da Universidade de Dayton, em Ohio. “Quando o candidato está tentando chegar ao número mágico de 270 votos no colégio eleitoral para ser eleito, ajuda muito se ele conquistar os estados menores também”, acrescenta.

Swing states – O número de estados considerados indecisos varia de acordo com cada análise para as eleições deste ano. Mas a Flórida, quase igualmente dividida entre republicanos e democratas, é apontada como o estado indeciso mais importante para os candidatos. “Em 2000, Bush ganhou o colégio eleitoral da Flórida e assim conseguiu os votos necessários para se tornar presidente. Neste ano, o estado é novamente o maior entre os estados indecisos, com 29 votos eleitorais”, lembra Carol Weissert, professora de Ciências Políticas na Universidade do Estado da Flórida. Não é à toa que se viu uma competição feroz sobre qual dos dois candidatos ama mais Israel – o país mais citado no último debate, sobre política externa. Eles estavam de olho no eleitorado judaico da Flórida.

No mapa abaixo, foram considerados oito estados-chave para as eleições de terça-feira: Colorado (9 votos), Flórida (29), Iowa (6), New Hampshire (4), Nevada (6), Ohio (18), Virgínia (13) e Wisconsin (10). Juntos, eles representam quase 20% dos votos do colégio eleitoral que vai eleger o presidente do país. Confira mais informações sobre cada um deles:

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