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Obama evita falar que ‘não sabia de nada’, mas comissário do Fisco renuncia

Em rara conferência durante a noite, o presidente americano tentou minimizar os danos dos escândalos que estouraram sobre a sua administração nesta semana

Por Da Redação
15 Maio 2013, 21h07

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, continua vivendo dias de Dilma Rousseff. Como a presidente brasileira, que utiliza o horário nobre para apagar incêndios oficiais, Obama decidiu fazer uma rara (para ele) aparição pública no período da noite para tentar contornar os danos provocados pelos escândalos que envolvem a sua administração. Nos últimos dias, o presidente americano tem sido cobrado por sua aparente passividade sobre os problemas que envolvem a perseguição do Fisco americano a grupos conservadores ou não alinhados com o governo democrata que buscavam isenção de impostos. “Os fatos nos levarão aonde eles têm que nos levar”, disse ele. “Isso não vai ser sobre os partidos ou sobre as convicções ideológicas. Qualquer um que tenha violado a lei será responsabilizado”, reforçou Obama, tentando esfriar os ânimos sobre o grave escândalo de manipulação de dados e de informações contra opositores.

Nesta quarta-feira, a organização americana de jornalismo investigativo Politico teve acesso a documentos que revelaram que o Internal Revenue Service (IRS), o Fisco, possuía cópias dos sites, blogs e postagens em redes sociais dos conservadores. O ato mostra que o órgão fazia uma minuciosa e controversa investigação sobre os contribuintes, ultrapassando a busca por dados confidenciais e examinando também informações pessoais.

Mas Obama não repetiu o discurso de Lula, que sempre afirmou que não sabia de nada sobre o Mensalão. Mesmo assim, o roteiro seguiu o mesmo script: a culpa recaiu apenas sobre pessoas próximas. O comissário Steven Miller, do IRS, foi “forçado” a renunciar – o presidente americano chamou o escândalo de “intolerável e indesculpável” perseguição. Antes de seu pronunciamento em rede nacional, Obama estava em reunião com oficiais do Tesouro americano, que supervisiona o IRS, quando o secretário do Tesouro, Jack Lew, aceitou a renúncia de Miller, que estava no cargo desde novembro do ano passado.

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Segundo o presidente, todos os americanos, inclusive ele, têm o direito de estar irritados com o assunto. “Eu não vou tolerar esse comportamento em nenhuma agência, especialmente na IRS. Não importar a posição política. O fato desse problema é que a IRS deve operar com integridade absoluta”, ressaltou. O procedimento adotado pelo órgão mostra uma clara tentativa de limitar as vozes contrárias durante as eleições presidenciais do ano passado – exatamente o período em que aumentaram reclamações contra as revisões feitas pelo Fisco.

O presidente disse que identificará e deterá os responsáveis e implementará reformas que garantam que fatos como esse não se repitam. Além disso, Obama afirmou que sua administração trabalhará junto com os democratas e os republicanos do Congresso nas investigações sobre o assunto. “Eu farei tudo que estiver ao meu alcance para que nada como isso aconteça de novo. É isso que eu espero, é o que os cidadãos americanos merecem e é isso que vamos fazer”, disse.

O procurador-geral Eric Holder, por sua vez, comunicou que o Departamento de Justiça abriu uma investigação criminal sobre o tratamento diferenciado do Fisco a grupos conservadores.

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Relatório – O discurso aconteceu um dia depois da divulgação de um relatório do inspetor-geral do Tesouro americano, que mostra que o próprio Fisco decidiu sobre as questões abusivas a que foram submetidos os membros do partido conservador. O documento diz que, ao longo de 18 meses, todos os grupos que tinham “tea party” e “patriotas” eram submetidos a revisões e tiveram de passar dados “desnecessários”, como o nome de doadores e “o tipo de conversas e discussões de membros e participantes” durante as reuniões da organização.

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