EUA alertam para riscos de segurança com divulgação de relatório sobre tortura
Comitê do Senado deve divulgar nesta terça documento com detalhes sobre o uso da tortura pela CIA no combate ao terrorismo
Embaixadas americanas, unidades militares e outras instalações dos Estados Unidos estão se preparando para possíveis ameaças de segurança relacionadas à divulgação de um relatório sobre as duras técnicas de interrogatório da CIA, a agência de inteligência americana.
“Há algumas indicações de que a divulgação do relatório pode levar a um maior risco às instalações dos EUA e a indivíduos em todo o mundo”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. “A administração tomou as medidas prudentes para garantir que as precauções de segurança adequadas sejam implantadas nas instalações norte-americanas ao redor do mundo.”
Leia também:
Uruguai recebe como ‘refugiados’ seis prisioneiros de Guantánamo
Obama admite tortura de presos depois do 11 de Setembro
CIA admite que espionou computadores de senadores dos EUA
O porta-voz do Pentágono, Steve Warren, disse que “certamente há a possibilidade de que o lançamento deste relatório possa causar agitação” e, portanto, combatentes foram instruídos a tomarem medidas de proteção.
O relatório do Comitê de Inteligência do Senado deverá ser tornado público nesta terça-feira. O secretário de Estado John Kerry chegou a pedir à presidente da comissão, Dianne Feinstein, para “considerar” uma mudança na data. Mas Earnest afirmou que “seria difícil imaginar” um momento certo para tornar as informações públicas.
O relatório completo, com mais de 6.000 páginas, continua secreto. O que será divulgado é um resumo de 480 páginas, que deve detalhar a campanha da CIA contra a Al Qaeda depois dos ataques terroristas de 11 de setembro. O texto deverá defender que as táticas condenáveis dos interrogatórios da agência na guerra ao terror, que envolviam tortura, falharam em trazer resultados.
(Com Estadão Conteúdo)