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Derrotas para o Estado Islâmico esvaziam os cofres e abalam estrutura da Al Qaeda

Dois dos principais chefes espirituais da organização terrorista disseram ao 'The Guardian' que o grupo está limitado a 'canais de comunicação e lealdade'

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 21h31 - Publicado em 10 jun 2015, 22h55

O estabelecimento do autoproclamado califado pelos terroristas do Estado Islâmico (EI) na Síria e Iraque não minou apenas a autoridade de governos locais. A rede jihadista Al Qaeda, que orquestrou os ataques do 11 de setembro sob a chefia de Osama Bin Laden, também foi profundamente afetada pelo avanço do EI no Oriente Médio. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, dois dos principais chefes da Al Qaeda declararam que o atual número um da organização, o egípcio Ayman al-Zawahiri, não possui mais influência para chefiar os comandantes do grupo e só o mantém em atividade devido aos pedidos por lealdade que faz reiteradas vezes.

As derrotas sofridas pela Al Qaeda para o Estado Islâmico no Oriente Médio esvaziaram os cofres do grupo jihadista e provocaram uma debandada de recrutas. Os reveses também levaram a rede extremista a perder prestígio entre células que eram subordinadas à organização. O chefe espiritual Abu Muhammad al-Maqdisi, um amigo próximo de al-Zawahiri, afirmou que o egípcio “opera somente com base em alianças”. “Não há uma estrutura organizacional. Há apenas canais de comunicação e lealdade”, declarou o clérigo. Abu Qatada, outro pregador fundamentalista, acrescentou que al-Zawahiri está “isolado” e admitiu que o EI tem derrotado a Al Qaeda não só nos conflitos armados, mas também no meio propagandístico.

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O EI atuou como célula da Al Qaeda no Oriente Médio até ser desligado da organização em 2014 por desobedecer as ordens de al-Zawahiri e iniciar uma série de conflitos na guerra civil síria contra grupos jihadistas aliados da organização. Atualmente, os radicais do EI não só ampliaram a influência exercida na Síria como também expandiram a luta contra a Al Qaeda. Analistas acreditam que o grupo mantém redes operantes em territórios que vão desde o Afeganistão até o oeste da África. Na revista Dabiq, um dos muitos veículos de propaganda dos extremistas, o EI afirma categoricamente que não aceitará a presença de nenhum outro grupo jihadista nos territórios que controla.

Impotência dos EUA – Ao conceder entrevista na segunda-feira durante um encontro do G7, na Alemanha, o presidente americano Barack Obama disse que ainda não tem uma “estratégia completa” para combater o avanço do EI. Parte do problema no combate aos terroristas, segundo o Guardian, está na insistência dos Estados Unidos em tratar o EI como um grupo idêntico à Al Qaeda. “Temos um pessoal especializado em combater terroristas que cresceu lutando contra as redes da Al Qaeda, mas o EI é um tipo diferente. O EI está focado em habilidades, capacidades de organização e objetivos que são muito mais palpáveis do que qualquer um que a Al Qaeda já teve”, afirmou Derek Harvey, um ex-analista de inteligência.

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O Guardian ressalta que esta linha de pensamento está evidente em uma série de discursos públicos feitos por Obama e seus conselheiros mais próximos no combate ao EI. Ao negar a existência de uma diferença entre os grupos, os Estados Unidos levantam questionamentos sobre a capacidade de seus serviços de inteligência de mudar a estratégia, que era amplamente focada na ameaça imposta pela Al Qaeda, para uma nova forma de combate contra uma organização em ascensão. Há, contudo, um interesse político no tratamento dispensado por Washington ao EI. Ao considerar as organizações a mesma coisa, Obama encontrou bases legais para lançar uma ofensiva aérea contra os terroristas sem depender do apoio do Congresso, dominado pelo Partido Republicano. A justificativa usada pelo presidente é de que a permissão dada pelo legislativo em 2001 e 2002 para os ataques contra a Al Qaeda e o ditador iraquiano Saddam Hussein respaldam juridicamente os novos bombardeios americanos. Acredita-se que mais de 10.000 terroristas foram mortos em nove meses de campanha da coalizão chefiada pelos Estados Unidos, mas nenhum avanço concreto foi alcançado até o momento.

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(Da redação)

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