Estado Islâmico assume autoria de ataque a museu na Tunísia
Grupo jihadista divulgou um comunicado na internet e voltou a ameaçar países com outros atentados. Em relatório, ONU acusa EI de cometer genocídio contra a minoria yazidi
O grupo jihadista Estado Islâmico divulgou um comunicado nesta quinta-feira assumindo a responsabilidade pelo ataque a um museu na Tunísia que deixou 21 mortos e 43 feridos. O grupo afirma que “cidadãos de países cruzados” foram o alvo. O documento, que apareceu num fórum on-line onde mensagens do grupo são postadas, descreve o ataque de quarta-feira como uma “invasão abençoada de um dos antros de infiéis e do vício na Tunísia muçulmana”.
A mensagem diz que foram dois os realizadores do ataque e que eles não foram mortos até ficarem sem munição. O grupo também promete novas ações terroristas. “Esperem pelas boas novas que farão mal a vocês, impuros, porque o que vocês viram é a primeira gota da chuva”, diz o comunicado, cuja existência também foi alertada pelo SITE Intelligence Group, que acompanha ações extremistas na internet.
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Nesta quarta, homens armados com fuzis e trajando roupas militares invadiram o Museu do Bardo na capital da Tunísia, Túnis, e atiraram contra os visitantes. Entre as 21 vítimas fatais, vinte eram estrangeiros. Segundo o ministro da Saúde tunisiano, Said Aidi, treze vítimas, incluindo três japoneses e dois cidadãos franceses, foram identificadas. Aidi confirmou ainda as mortes de três japoneses, dois espanhóis (um homem e uma mulher), um colombiano, um australiano, um inglês, um belga, dois franceses, um polonês e um italiano. O único tunisiano morto no atentado foi um policial que fazia a segurança na entrada do museu.
Genocídio no Iraque – Os ataques dos jihadistas do EI contra a minoria yazidi no Iraque podem constituir um genocídio, indica nesta quinta um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento descreve as atrocidades cometidas pelo EI no Iraque – assassinatos, torturas, violações – conclui que o grupo pode “ter cometido os três crimes internacionais mais graves: crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio”.
Os yazidis, que vivem sobretudo no Curdistão iraquiano, região ao norte do país, próxima das fronteiras com a Síria e Turquia, são um grupo étnico que pratica uma religião monoteísta com elementos do cristianismo e do islã. Converteram-se em alvo dos ataques do EI, que os considera hereges. O documento foi elaborado por investigadores enviados à região pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e se baseia nos depoimentos de mais de 100 pessoas e em relatórios médicos. Os investigadores também denunciam o tratamento brutal infligido a outros grupos étnicos, entre eles cristãos, turcomanos, sabeus-mandeus, curdos e xiitas.
(Da redação)