Erdogan: métodos contraceptivos não são para famílias muçulmanas
Para o presidente turco, é responsabilidade das mães garantir o crescimento contínuo da população do país
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nessa segunda-feira que as famílias muçulmanas devem rejeitar o planejamento familiar e o uso de métodos contraceptivos. Segundo ele, é responsabilidade das mães turcas garantir o crescimento contínuo da população do país, que se expandiu a uma taxa de 1,3% nos últimos anos – a taxa brasileira está em torno de 0,85%.
“Devemos multiplicar nossos descendentes”, declarou Erdogan em um discurso em Istambul. “Fala-se em contracepção, planejamento familiar. Nenhuma família muçulmana pode ter esta mentalidade”. “O que diz meu Deus, o que diz meu querido profeta, é o caminho que tomaremos”, acrescentou o chefe de Estado turco.
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Não é a primeira vez que o presidente faz declarações deste tipo. No passado, ele já afirmou que as mulheres devem ter ao menos três filhos e comparou a contracepção a uma traição. Também já provocou a indignação das feministas ao afirmar que as mulheres não são iguais aos homens ou que a mulher é, acima de tudo, uma mãe. Pai de quatro filhos, Erdogan já se pronunciou a favor de limitar o direito ao aborto e da pílula do dia seguinte.
A população turca cresceu exponencialmente nos últimos anos. O país tem atualmente 79 milhões de habitantes. Em 2000, a população era de menos de 68 milhões.
(Da redação com AFP)