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EI tenta justificar o injustificável: a escravização de mulheres

Em publicação na internet, terroristas usam a sharia para justificar barbárie

Por Da Redação
13 out 2014, 12h21

Os selvagens do Estado Islâmico usaram a lei islâmica como argumento ao falar sobre a escravização das mulheres vítimas da barbárie imposta nos territórios tomados no Iraque. Em flagrante incivilidade, o grupo afirma que mulheres da minoria curda yazidi, que vivem majoritariamente no Iraque, podem ser legitimamente sequestradas.

“É preciso lembrar que escravizar famílias de infiéis e levar suas mulheres como concubinas é um aspecto firmemente estabelecido na sharia”, alega o EI em uma publicação online que faz propaganda de suas ações terroristas. O grupo detalha seu pensamento distorcido, dizendo que regras “bem conhecidas” são observadas, como a de não separar mães de seus filhos – aumentando o número de vítimas.

Ao escravizar pessoas que professam uma crença religiosa tida como desviada, o EI considera estar “restaurando o sentido original de um preceito da lei islâmica. “Após a captura, as mulheres e crianças yazidis foram divididas, segundo a sharia, entre os combatentes do Estado Islâmico que participaram nas operações de Sinjar”, afirma o texto, divulgado no fim de semana.

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Esta é a primeira confirmação por parte dos jihadistas da prática de sequestro e abuso sexual de mulheres, já denunciada por testemunhas. Relatos sobre o encarceramento de jovens, que eram separadas das vítimas mais velhas, surgiram durante o avanço do EI em Sinjar, no norte do Iraque, que forçou milhares de membros da minoria a fugir. Centenas de garotas foram sequestradas e muitas foram vendidas ou cedidas aos terroristas como “espólio de guerra”, na definição do grupo.

A tentativa de legitimizar a insanidade coincide com a divulgação de um relatório da ONG Human Rights Watch sobre os crimes cometidos pelo Estado Islâmico contra a população yazidi. O documento, baseado em entrevistas feitas com refugiados, adverte que a violência dos terroristas contra a minoria no Iraque “só faz crescer”. “Ouvimos histórias chocantes de conversões religiosas forçadas, casamentos forçados e mesmo abusos sexuais e escravização – algumas das vítimas eram crianças”, afirmou Fred Abrahams, conselheiro especial da organização.

Consideradas apóstatas, as mulheres devem se converter antes de serem obrigadas a se casar com um muçulmano. Recusas resultam em prisão ou morte. Hoshyar Zebari, líder curdo que até recentemente foi chanceler do Iraque, acredita que mais de 1.000 mulheres foram escravizadas. “Muitos jihadistas vêm do estrangeiro sem mulheres, então eles querem que elas se convertam para se tornarem suas noivas”, disse ao jornal The Washington Post.

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Os números de vítimas do grupo não são exatos. O governo iraquiano afirma que 1.500 foram presas e 500 homens executados na região do Sinjar. Um grupo de crise formado por ativistas yazidis em Washington compilou 1.074 nomes de mulheres reféns do EI, a partir do relato de familiares.

Atentado – Nesta segunda-feira, um terrorista do EI detonou um caminhão com explosivos na cidade síria de Kobani, perto da fronteira com a Turquia. O local tem sido palco de combates entre os jihadistas e as forças curdas. Ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos não têm sido suficientes para deter o avanço terrorista na cidade.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado em Londres, o veículo carregado de explosivos foi detonado na parte norte de Kobani, próximo à fronteira com a Turquia. Aparentemente, o veículo seguia rumo à passagem da fronteira e teria explodindo antes do previsto. Uma autoridade local disse que dois combatentes curdos foram feridos no atentado suicida.

(Com agência France-Presse e Estadão Conteúdo)

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