EI retrocede em Yarmouk e palestinos recuperam quase metade do campo
Ministro sírio confirmou que o governo está considerando a realização de uma ação militar para expulsar os jihadistas do Estado Islâmico do campo de refugiados
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) retrocedeu nos últimos dias frente às facções palestinas, que recuperaram 45% do campo de refugiados de Yarmouk, no sul de Damasco. O porta-voz na capital síria da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Anwar Raja, disse que responsáveis palestinos estão fazendo contatos com as autoridades sírias para uma possível ofensiva do Exército no campo.
“Ainda não foi tomada uma decisão sobre a ofensiva, mas estamos conversando sobre isso”, contou Raja. O ministro sírio da Reconciliação Nacional, Ali Haidar, confirmou os contatos com os palestinos e afirmou que uma operação militar é necessária em Yarmuk. “A prioridade é expulsar e vencer os homens armados e os terroristas no campo”, disse Haidar após uma reunião com o representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Ahmed Majdalani.
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Haidar não revelou detalhes sobre o eventual início da operação militar nem sobre suas características, mas deu a entender que o Exército sírio pode participar. “O Estado sírio decidirá se a batalha exige”, respondeu Haidar ao ser questionado se os soldados sírios participariam na operação.
A ONU afirma que cerca de 18.000 civis, dentre eles uma grande quantidade de crianças, não pode sair de Yarmouk. O campo está sob cerco do governo há quase dois anos, o que leva à fome e à proliferação de doenças. No dia 1 de abril, jihadistas do grupo EI entraram em Yarmuk e assumiram o controle de várias áreas do campo de refugiados. A chegada do Estado Islâmico provocou a fuga de milhares de habitantes de Yarmuk para bairros de Damasco controlados pelo regime do ditador Bashar Assad.
Mais de quatro anos após o início da guerra civil da Síria, não há indicações de que o conflito esteja próximo do fim. Os esforços para promover um diálogo entre representantes do regime do ditador Assad e da oposição não avançam. Os protestos contra o regime para tirar Assad do poder se transformaram em uma violenta guerra civil sectária que dividiu ainda mais o país. A oposição síria moderada perdeu espaço com o avanço de diversos grupos extremistas, sendo o Estado Islâmico o mais poderoso deles. Segundo a ONU, mais de 200.000 pessoas já morreram nos conflitos na Síria.
(Da redação)