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Documentos secretos revelam alta imprecisão de ataques por drones dos EUA

Vazamento de relatório sobre atividades do Pentágono no Afeganistão, Somália e Iêmen indica que taxa de mortes não intencionais chega a 90% em certos períodos

Por Da Redação
15 out 2015, 20h31

O vazamento de documentos sigilosos sobre atividades do Pentágono durante o mandato do presidente Barack Obama revelou detalhes sobre operações secretas com drones militares. Os relatórios trazem dados de ataques ocorridos no período entre 2011 e 2013 e foram divulgados nesta quinta-feira pelo site The Intercept, criado pelo jornalista americano Glen Greenwald, o mesmo que recebeu do ex-analista de inteligência Edward Snowden, em 2013, os documentos sobre o programa de vigilância em massa do governo dos Estados Unidos. A fonte que revelou o vazamento, ainda de identidade desconhecida, está sendo tratada na imprensa americana como o “novo Snowden”.

De acordo com os documentos, nas operações realizadas no Afeganistão, Somália e Iêmen em um período de cinco meses, apenas 10% das mortes ocasionadas por ataques com drones, as aeronaves não tripuladas, eram de fato alvos dos americanos. Ou seja, nove em cada dez mortes não foram intencionais. O dado confronta a afirmação de que este tipo de ataque é mais preciso do que operações terrestres convencionais.

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Os relatórios divulgados pelo site descrevem também a Operação Haymaker, ocorrida no Afeganistão entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2013, período em que 56 ataques aéreos mataram 35 supostos militantes do Talibã e da Al Qaeda rastreados pelo Pentágono. Outras 219 pessoas que não eram alvos perderam a vida, mas acabaram classificados como “inimigos mortos em ação” até que “alguma evidência tardia prove que as vítimas não eram terroristas”. O informante do Intercept sugeriu ao site que as mortes provocadas por drones “baseiam-se em informações não confiáveis”. Segundo a fonte, muitos locais de ataques são definidos por interceptação de sinais telefônicos e falhas nessas informações são a principal causa de mortes de civis.

“É impressionante o número de casos em que o monitoramento de um suspeito é equivocado. Passam-se vários meses ou até anos antes que você perceba que em vez de estar correndo atrás de um alvo quente, você estava, na verdade, monitorando o telefone da mãe dele”.

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Repercussão – “Esses documentos levantam sérias suspeitas de que os Estados Unidos podem ter violado sistematicamente leis internacionais, inclusive ao classificar vítimas não identificadas como ‘combatentes’, a fim de justificar suas mortes”, disse Naureen Shah, diretora do Programa de Segurança e Direitos Humanos da Anistia Internacional nos EUA.

A União Americana Pelas Liberdades Civis (ACLU) também comentou o conteúdo dos documentos, afirmando que “o programa letal da administração Obama precisa desesperadamente de transparência e prestação de contas porque está corroendo o direito à vida e a segurança nacional”.

(Da redação)

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