Desaprovação de presidente chilena Bachelet atinge recorde de 66%
Somente 29% dos chilenos aprovam o governo. Irregularidades no financiamento eleitoral, casos de corrupção e economia em desaceleração influenciam a avaliação negativa
A popularidade da presidente do Chile, Michelle Bachelet, caiu para um novo patamar, com 66% dos chilenos desaprovando seu desempenho, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta terça-feira, apesar da tentativa lançada no mês passado do gabinete de dar novos ares ao seu segundo mandato iniciado há dezesseis meses. Escândalos de financiamento de campanhas têm abalado o governo, enquanto também houve acusações de que o filho de Bachelet usou conexões políticas para lucrar com informações privilegiadas e ajudar sua esposa a ter acesso preferencial a um empréstimo de 10 milhões de dólares (32 milhões de reais).
A pesquisa, realizada pela consultoria Gfk Adimark, mostrou que a aprovação de Bachelet caiu para 29% em maio, o índice mais baixo já indicado em seus dois governos; outros 5% não souberam avaliar. Bachelet, sustentada por uma coligação de esquerda, liderou o Chile de 2006 a 2010 e assumiu seu segundo mandato em março de 2014. “A mudança antecipada de gabinete e o discurso anual do Estado da União tiveram efeitos positivos marginais. No entanto, o clima tenso de falta de confiança e as acusações sobre como as atividades políticas são financiadas foram ultimamente mais importantes”, informou o instituto que realizou a pesquisa.
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Em 11 de maio, Bachelet demitiu o ministro das Finanças, ato sem precedentes para um presidente chileno desde o retorno da democracia em 1990, e iniciou uma reforma ministerial na qual quatro de seus ministros mais próximos foram substituídos ou transferidos para outras posições. A confiança no governo também foi testada por um aumento de protestos estudantis, pressionando por uma revisão no sistema de ensino. Dois manifestantes foram mortos a tiros em 14 de maio. E para piorar, a economia chilena dá sinais de enfraquecimento. Maior produtor de cobre do planeta, o país está sofrendo com a desvalorização da commodity no mercado internacional.
(Da redação)