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‘Crise do arroz’ complica situação de premiê tailandesa

Um dos mais importantes projetos do governo apresenta problemas de corrupção. Principal partido de oposição contesta judicialmente as eleições

Por Da Redação
4 fev 2014, 10h02

Problemas em um programa de aquisição de arroz nesta terça-feira complicaram ainda mais a já delicada situação política da primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, enquanto a oposição foi à Justiça para tentar anular a eleição geral do fim de semana. A crise no programa de compra de arroz representa um duro golpe para a premiê, pois esse projeto foi um importante trunfo na campanha eleitoral que a levou ao governo, em 2011, mas desde então enfrenta denúncias de corrupção e crescentes prejuízos.

O ministro do Comércio disse que a China cancelou uma encomenda de 1,2 milhão de toneladas de arroz tailandês por causa de uma investigação de corrupção no programa do governo de Bangcoc, e o banco estatal Krung Thai Bank (KTB) se somou a outros credores que decidiram cortar os financiamentos necessários para salvar a operação. O programa de aquisição de arroz foi uma das políticas populistas adotadas pelo ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, que foi deposto em 2006. Pelo projeto, o governo compra a produção tailandesa a preços mais altos que os de mercado e revende o arroz no exterior, geralmente com preços mais baixos.

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Os prejuízos aos contribuintes, estimados em 200 bilhões de bahts (6 bilhões de dólares) por ano, são um dos componentes que fomentam os protestos contra o governo de Yingluck, e problemas no pagamento agora ameaçam causar descontentamento entre os agricultores que constituem a base de apoio da primeira-ministra, no norte e nordeste do país. Neste domingo, manifestantes de oposição atrapalharam a votação em um quinto dos distritos eleitorais. Como o pleito não foi totalmente concluído e o principal partido de oposição boicotou o processo eleitoral, Yingluck permanecerá como primeira-ministra. Paralelamente, manifestantes continuam bloqueando parte da capital Bangcoc, como vem ocorrendo desde novembro, e exigem a renúncia da premiê para abrir espaço para um governo de transição formado por um conselho popular.

Eleições contestadas – Nesta terça-feira, o Partido Democrata, da oposição, contestou judicialmente a legalidade das eleições. Ele também tenta colocar o partido Puea Thai (Dos tailandeses, na língua local), de Yingluck, na ilegalidade, por ter promovido uma eleição sob circunstâncias anormais, já que Bangcoc está sob estado de emergência. A Justiça eleitoral tailandesa vai se reunir na quarta-feira para discutir as denúncias de irregularidades na eleição de domingo.

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Os manifestantes da oposição – concentrados principalmente em Bangcoc e no sul da Tailândia, as regiões mais ricas – acusam Yingluck de ser um fantoche de Thaksin, e dizem que ela está usando verbas públicas para comprar o apoio de eleitores por meio de programas sociais. O Puea Thai venceu todas as eleições que disputou desde 2001.

Histórico – A Tailândia vive uma crise política desde o golpe militar que derrubou em 2006 o governo de Thaksin Shinawatra, irmão da atual premiê. Ele, que vive exilado na Grã-Bretanha, e a irmã contam com grande apoio das classes baixas nas áreas rurais do nordeste do país. A atual onda de protestos estourou como reação a um projeto de lei apoiado pelo governo que pretendia conceder uma anistia ao irmão da premiê, que responde a várias acusações.

Com isso, ele não precisaria cumprir uma pena de dois anos de prisão por corrupção. Os tribunais também congelaram milhões de dólares seus em bancos tailandeses, mas a Justiça tailandesa acredita que ele ainda tenha uma grande quantidade de dinheiro no exterior. Thaksin foi condenado à revelia em 2008, dois anos depois de ser derrubado em um golpe militar. Vive no exílio desde então.

Desde o estabelecimento da monarquia constitucional na Tailândia, em 1932, o país já passou por dezoito golpes de estado ou tentativas de derrubar o governo. A onda atual de protestos já deixou ao menos oito mortos.

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(Com agência Reuters)

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