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Corte egípcia condena jornalistas da Al Jazeera à prisão

Músicas pop ocidentais foram algumas das provas apresentadas contra os jornalistas da rede catariana. Dois dos réus condenados já trabalharam na CNN

Por Da Redação
23 jun 2014, 08h42

Um juiz egípcio sentenciou nesta segunda-feira três jornalistas da TV catariana Al Jazeera a penas de sete a dez anos de prisão depois de considerá-los culpados de vários delitos, incluindo ajuda a uma “organização terrorista” e por “publicarem mentiras”. O australiano Peter Greste, correspondente da Al Jazeera no Quênia, e o egípcio-canadense Mohamed Fahmy foram condenados a sete anos de reclusão. O produtor egípcio Baher Mohamed foi considerado culpado por posse de arma de fogo e sentenciado a cumprir dez anos de prisão.

Greste, Fahmy e Mohamed estavam produzindo conteúdo em inglês para o canal de notícias Al Jazeera quando foram detidos. Greste, correspondente experiente, trabalhou anteriormente para a CNN, Reuters e BBC. Fahmy, chefe do escritório do canal catariano no Cairo, também trabalhou para a CNN.

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Outros sete funcionários da rede catariana Al Jazeera foram condenados à revelia a dez anos de prisão: Alaa Bayoumi, Anas Abdel-Wahab Khalawi Hasan, Khaleel Aly Khaleel Bahnasy, Mohamed Fawzi, Dominic Kane e Sue Turton. Todos os condenados foram considerados culpados por colaborarem com o grupo político-religioso Irmandade Muçulmana, que foi proibido no Egito. Os condenados à revelia não correm o risco de serem presos, pois estão fora do Egito.

A Al Jazeera sempre rejeitou as acusações contra seus jornalistas e mantém a convicção de inocência de seus funcionários. Para a rede catariana, os jornalistas estavam apenas exercendo sua profissão e conversando com todos os lados envolvidos nos conflitos políticos no Egito. Greste, Fahmy e Mohamed foram presos em dezembro, no Cairo, quando eles cobriram as consequências da remoção de Mohamed Mursi da presidência, em julho.

A Irmandade Muçulmana, que apoiava Mursi, foi considerada uma organização “terrorista” pelo governo egípcio pouco antes de os acusados ​​serem presos. A acusação produziu uma série de itens como “prova”, incluindo um podcast para a BBC – uma reportagem em áudio feita enquanto nenhum dos acusados ​​estava no Egito. Entre as “provas” também está um vídeo pop do cantor australiano Gotye e diversas “músicas que são contra as questões egípcias” encontrados nos celulares dos jornalistas.

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A defesa sustentou que os jornalistas foram injustamente presos e que a promotoria não conseguiu provar nenhuma das acusações contra eles. O diretor de conteúdos em inglês da Al Jazeera, Al Anstey, disse que os veredictos desafiam “a lógica, sentido e qualquer aparência de Justiça”. Em uma declaração publicada no site da rede, Anstey afirma que: “três colegas e amigos foram condenados e continuarão a ser mantido atrás das grades por terem feito um trabalho brilhante de ser grandes jornalistas”. Para o diretor da Al Jazeera, os jornalistas são “culpados por defenderem o direito das pessoas de saber o que está acontecendo no mundo”.

Segundo a rede CNN, a Anistia Internacional afirmou que Greste, Fahmy e Mohamed são peões em uma disputa geopolítica entre o Egito e o Catar, o pequeno país Oriente Médio que financia a Al Jazeera. O Catar é visto pelos egípcios como defensor e financiador da Irmandade Muçulmana.

(Com agência Reuters)

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