Correspondente do jornal ‘Washington Post’ é preso no Irã
Jason Rezaian foi detido nesta terça-feira com sua esposa iraniana e outros dois cidadãos americanos. Departamento de Estado dos EUA acompanha caso
O jornal Washington Post expressou nesta quinta-feira sua “profunda preocupação” diante da detenção de seu correspondente, Jason Rezaian, em Teerã, a capital do Irã, junto com sua esposa, Yeganeh Salehi, e outros dois cidadãos americanos. O responsável pela editoria internacional do jornal, Douglas Jehl, informou que a publicação recebeu “informações sólidas” de que Rezaian e sua esposa foram presos na noite da última terça-feira na capital iraniana. Nesta sexta, o Irã confirmou detenção do correspondente e das demais pessoas em Teerã, informou a agência oficial Irna. “Estamos na fase de investigação. Acho que poderemos dar informações depois das investigações técnicas e dos interrogatórios”, declarou Gholamhosein Esmaili, que dirige o departamento de Justiça da província de Teerã.
“Não está claro quem os prendeu nem o motivo da detenção”, afirmou Jehl. “Estamos profundamente preocupados com essa notícia e com o bem-estar de Jason, Yeganeh e de outros dois que aparentemente foram detidos com eles”, completou o editor em um comunicado. Jehl disse que Rezaian, que trabalha como correspondente em Teerã desde 2012, “é um jornalista com experiência e que merece proteção e respeito”.
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Rezaian, de 38 anos, tem dupla nacionalidade americana e iraniana. Sua esposa, uma iraniana que iniciou os trâmites para obter a residência permanente nos Estados Unidos, trabalha como correspondente para o National, uma publicação com sede nos Emirados Árabes Unidos. Segundo o Post, os outros dois cidadãos americanos detidos com eles trabalham como fotojornalistas, mas os funcionários americanos ainda não os identificaram.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, citada pelo Washington Post, garantiu que já tomou consciência dos relatos sobre a prisão de três americanos em Teerã esta semana.”Nossa maior prioridade é a segurança e o bem-estar dos cidadãos americanos que vivem no exterior”, disse Harf, que não revelou detalhes adicionais.
Imprensa – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York, pediu nesta quinta-feira a libertação imediata dos quatro jornalistas. “O Irã tem um histórico deplorável no que se refere ao tratamento de jornalistas detidos. O governo iraniano é responsável pela segurança dos quatro”, afirmou em comunicado o coordenador regional para o CPJ, Sherif Mansour. Ele também pediu que as autoridades iranianas “expliquem imediatamente” o motivo das prisões.
Estados Unidos e Irã não têm relações diplomáticas formais, o que dificulta a libertação dos cidadãos americanos detidos no país islâmico.
(Com agência EFE)