Coreia do Norte sentencia pastor canadense à prisão perpétua com trabalhos forçados
Hyeon Soo Lim foi acusado de ofender a dignidade do líder supremo e tentar usar a religião para disseminar propaganda negativa contra o país
A Suprema Corte da Coreia do Norte condenou nesta quarta-feira um pastor canadense nascido na Coreia do Sul a trabalhos forçados por toda a vida, pelo que os juízes qualificaram como crimes contra o Estado norte-coreano, informou a agência estatal KCNA. Hyeon Soo Lim foi preso em fevereiro. No início do ano, ele apareceu na imprensa estatal do país confessando crimes contra o Estado.
Lim, que é pastor-chefe de uma das maiores igrejas do Canadá, admitiu durante o julgamento de 90 minutos que “não só difamou violentamente a mais alta autoridade da Coreia do Norte e o seu regime, mas também tinha a intenção nefasta de tentar derrubar a República, encenando uma conspiração anti-Estado”, disse a KCNA. Em julho, Lim apareceu em uma entrevista coletiva organizada pelo regime de Pyongyang e admitiu tramar para derrubar o Estado norte-coreano.
Formalmente, ele foi acusado pelo tribunal de ofender a dignidade do líder supremo, tentar usar a religião para disseminar propaganda negativa contra a Coreia do Norte para os coreanos que vivem no exterior e ajudar autoridades dos EUA e da Coreia do Sul a enganar e sequestrar cidadãos norte-coreanos.
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A promotoria pediu a pena de morte, mas a defesa pediu clemência, apesar da “gravidade de seus crimes”, para que ele possa “testemunhar por si mesmo a realidade da nação do Sol à medida em que cresce em poder e prosperidade”. O tribunal decidiu então condená-lo a trabalhos forçados por toda a vida.
O pastor, que lidera a Igreja Presbiteriana da Luz de Mississauga, cidade próxima a Toronto, viajou para Coreia do Norte através da China no começo do ano, e, em 31 de janeiro, perdeu-se a comunicação com ele. Sua família insistiu, desde a prisão de Lim em janeiro, que suas atividades no país se limitavam a ajudar os menos favorecidos e pediu ao governo norte-coreano que o libertasse, além de exigir esforços diplomáticos do governo canadense.
Lim é uma das quatro pessoas que permanecem detidas na Coreia do Norte, junto com três cidadãos sul-coreanos acusados de espionagem e delitos semelhantes. No caso dos sul-coreanos, todos foram sentenciados a prisão perpétua ou trabalhos forçados por toda a vida.
(Da redação)