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Coreia do Norte: ditador Kim Jong-un fica com 100% dos votos

Eleições legislativas tinham candidatos únicos para cada uma das 700 circunscrições do país. Assembleia reúne-se apenas duas vezes por ano

Por Da Redação
10 mar 2014, 09h04

A imprensa oficial norte-coreana anunciou nesta segunda-feira a vitória, com 100% dos votos e sem abstenção, do ditador Kim Jong-un nas eleições legislativas de domingo. É normal um estranhamento diante da informação, uma vez que se trata de um membro da dinastia que comanda o país de forma totalitária. Por isso, é bom destacar que o que ocorreu não foi um pleito nos moldes que as democracias realizam. Em primeiro lugar, em cada uma das quase 700 circunscrições do país havia apenas um candidato, apresentado pela coalizão governista que é controlada pelo Partido dos Trabalhadores. Com isso, na prática, é possível saber o resultado das eleições antes mesmo do processo.

Os eleitores podem optar apenas entre ‘sim’ e ‘não’, com a ressalva de que escolher o ‘não’ ou abrir mão de votar pode ser considerado um perigoso ato de traição – obviamente, as cabines de votação não são indevassáveis. Na prática, o pleito serve para as autoridades detectarem deserções no exterior, já que o regime usa os dados dos votantes – todas as pessoas com mais de 17 anos – para atualizar o censo, e os funcionários responsáveis por organizar o processo eleitoral visitam todas as residências para confirmar a presença ou ausência de eleitores registrados.

Já a lista de candidatos indica promoções ou punições de dirigentes do regime, o que Kim deve estar mais disposto a fazer depois de ter mandado executar o tio e mentor Jang Song Thaek. A lei norte-coreana diz que o voto é facultativo, mas a imprensa estatal destacou que todos os eleitores registrados compareceram aos locais de votação, com exceção daqueles que estão fora do país.

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No distrito em que Kim era o candidato, todos os votos lhe foram atribuídos. Desta forma, o ditador ocupa os postos de deputado, comandante supremo das Forças Armadas e presidente da poderosa Comissão Nacional de Defesa. A agência oficial, aproveitou para promover uma ilusória máscara de democracia e normalidade ao processo, ao dizer que “o resultado expressa o apoio absoluto do povo e sua profunda confiança no supremo líder Kim Jong-un”.

As eleições para Assembleia Suprema do Povo acontecem a cada cinco anos e estas foram as primeiras sob o comando de Kim Jong-un, que assumiu o poder após a morte do pai, Kim Jong-il, em dezembro de 2011. A assembleia norte-coreana tem uma função meramente burocrática e não exerce nenhuma função legislativa. Os deputados se reúnem apenas uma ou duas vezes por ano para confirmar as decisões tomadas pelo partido único do país.

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(Com agência France-Presse)

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