Conservadores populistas a um passo da vitória nas eleições polonesas
A candidata à frente das pesquisas, Beata Szydlo, defende valores tradicionalistas católicos, patrióticos e reticentes à globalização
Os conservadores populistas partem como favoritos nas eleições gerais que serão realizadas na Polônia neste domingo graças às suas promessas eleitorais e a um discurso de medo em relação aos imigrantes. A favorita ao cargo de primeira-ministra é a conservadora Beata Szydlo, que tenta reconduzir ao poder o seu partido, Lei e Justiça, depois de oito anos de oposição. Beata enfrenta a atual premiê polonesa, a liberal Ewa Kopacz.
Esta é a primeira vez que duas mulheres despontam como principais candidatas ao governo do país. De acordo com a última pesquisa, Beata tem 32,5% das intenções de voto, contra 26% de Ewa Kopacz. Segundo analistas locais, a vitória da conservadora Beata Szydlo poderia transformá-la na versão polonesa de Angela Merkel, embora mais sensível às questões sociais por sua origem proletária – ela é filha de um minerador da bacia carbonífera do sul do país.
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O partido Lei e Justiça foi fundado em 2001 e combina política social e econômica própria da esquerda com uma visão tradicionalista que defende os valores católicos, patrióticos e reticentes à globalização. Beata e um dos fundadores partido, Jaroslaw Kaczynski, que foi primeiro-ministro em 2006 e 2007, repetiram exaustivamente o discurso de que os eleitores devem escolher entre a mudança encarnada por seu partido e o caos que significaria um governo de coalizão de seus adversários, que estariam em conflito permanente com a presidência, comandada pelo conservador Andrzej Duda.
Cientistas políticos temem que o Lei e Justiça endureça ainda mais os limites para o aborto, dificulte a fecundação in vitro e reforce o lugar da religião na educação.
Caso as previsões das pesquisas sejam confirmadas, Ewa pode deixar o governo polonês depois de um ano no comando do país. Aos 58 anos, ela é sempre vinculada a opções liberais de centro-direita e bastante ligada ao atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a quem sucedeu à frente do governo em 2014.
(Da redação)