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Como os brasileiros que vivem no Reino Unido serão afetados pela saída da UE

Apesar de o cenário indicar que haverá mais burocracias e empecilhos no caminho dos brasileiros que pretendem emigrar, nenhuma mudança ocorrerá imediatamente

Por Daniela Flor
25 jun 2016, 08h51

A comunidade brasileira que vive no Reino Unido conta com cerca de 350.000 pessoas, que trabalham, estudam e constroem sua vida longe de casa. Devido ao sucesso econômico e baixo nível de desemprego, o local é um dos mais procurados por latino-americanos que decidem emigrar para Europa. A saída da União Europeia, aprovada pelos britânicos na madrugada desta sexta-feira, porém, deve dificultar a vida dos brasileiros que já vivem no país e, principalmente, daqueles que planejavam uma mudança.

“Os defensores do Brexit não informaram durante a campanha como vão ser as novas regras de imigração, mas elas devem ser mais rígidas”, afirmou o consultor da Associação Brasileira no Reino Unido (ABRAS), Fernando Mota. Para os ilegais, há uma tendência que aponta para uma maior fiscalização por parte do governo britânico, que pode apertar os controles e realizar inclusive deportações. Entre os que vivem legalmente, cerca de 300.000 pessoas, os mais afetados serão os brasileiros que moram em terras britânicas com passaporte europeu, o que representa cerca de 95% daqueles que estão em situação regular. Os brasileiros que possuem também passaporte britânico, evidentemente, não serão afetados.

Em termos práticos, a saída deve exigir que os residentes atuais passem por novas burocracias para tirarem vistos de permanência, o que não é necessário hoje para aqueles vivem como europeus. Ainda assim, aqueles que já moram legalmente no Reino Unido não devem ter dificuldade de continuar no país. Por outro lado, os brasileiros com passaporte europeu não estarão mais protegidos como cidadãos do bloco, portanto, é provável que venham a ter menos benefícios sociais. “Seja quais forem, todas as mudanças só terão efeito no futuro”, avalia Mota.

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Uma das principais bandeiras de campanha dos defensores do Brexit era exatamente a promessa de diminuir o excesso de novos imigrantes que o Reino Unido recebe anualmente. Estima-se que 300.000 tenham chegado ao país em 2015 e pelo menos metade deste número é de europeus. Por esta razão, o novo primeiro-ministro que assumir o posto de Cameron após sua renúncia pode ser pressionado a tomar medidas rígidas para conter a entrada de estrangeiros.

Apesar de o cenário indicar que haverá mais burocracias e empecilhos no caminho dos brasileiros, nenhuma mudança ocorrerá imediatamente. “Estamos orientando os residentes a terem calma neste primeiro momento após a decisão porque o processo de mudança será longo e planejado. Nada vai acontecer agora”, explica Mota. Até que as novas regras sejam traçadas, o Reino Unido e a UE terão dois anos de negociação pela frente. “Vamos aguardar e ver quais atitudes precisamos tomar para proteger os brasileiros”, afirma o consultor da ABRAS.

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