Comissão Europeia reforça segurança após ameaças jihadistas
Executivo europeu indicou que pode ampliar ainda mais a segurança de sua sede em Bruxelas. Polícia prendeu dois suspeitos de planejarem atentados
A Comissão Europeia reforçou nesta segunda-feira as medidas de segurança em função dos relatórios sobre a prisão de duas pessoas que teriam voltado da Síria e poderiam estar planejando um ataque contra a sede do Executivo europeu, em Bruxelas. Apesar do reforço na segurança, a ameaça não foi confirmada pelas autoridades. “Contatamos as autoridades belgas que confirmaram que não estavam a par de qualquer ameaça específica contra a Comissão Europeia”, declarou o porta-voz Jonathan Todd.
Segundo a imprensa belga, em um correio eletrônico interno, o comissário encarregado pela segurança da sede do Executivo europeu indicou que decidiu elevar preventivamente o nível de segurança dos prédios da Comissão. “Não foi identificada qualquer ameaça específica contra a Comissão e seu pessoal”, indicou Maros Sefcovic no e-mail interno, acrescentando que, “por precaução, dentro do contexto internacional atual, pedi para elevar o nível de segurança nos prédios da Comissão. Se necessário, serão colocadas em práticas medidas de segurança adicionais”, finalizou.
No sábado, o jornal belga L’Echo afirmou que as autoridades belgas desbarataram planos de atentados preparados por combatentes jihadistas que voltavam da síria. Os atentados poderiam ter sido similares ao ataque contra o Museu Judaico cometido em maio, que deixou quatro mortos. O suspeito de ter idealizado o ataque, o francês Mehdi Nemmouche, havia lutado durante mais de um ano na Síria ao lado dos jihadistas. Nemmouche está atualmente preso na Bélgica, acusado de “assassinato ligado a um plano terrorista”.
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A promotoria belga confirmou nesta segunda que prendeu duas pessoas amparando-se na legislação contra o terrorismo. Em um breve comunicado, a Justiça belga acrescentou que a polícia holandesa encontrou materiais que poderiam potencialmente servir para a fabricação de artefato explosivo num local que era frequentado pelos dois suspeitos detidos.
Jihadistas europeus – De acordo com o jornal L’Echo, o número de belgas que combateram na Síria chega a 400, sendo que pelo menos 90 retornaram ao país. “Partimos da base que, entre eles, um a cada nove tem a intenção de cometer um atentado. É uma avaliação conservadora, se considerarmos as pessoas que podem ajudá-los”, afirmou uma fonte da área de Defesa do governo ao jornal.
Segundo a publicação, as autoridades não querem revelar os objetivos potenciais dos ataques para não chocar a população. A Bélgica, assim como outros países europeus, se preocupa com o número crescente de seus cidadãos que combatem ao lado de jihadistas na Síria e no Iraque. Por terem passaporte europeu, quando essas pessoas retornam do Oriente Médio, podem circular livremente pela Europa e podem também entrar nos Estados Unidos sem a necessidade de visto ou entrevista prévia.
O complexo da Comissão Europeia em Bruxelas tem vários prédios concentrados em uma área nobre da capital belga e cerca de 30.000 pessoas trabalham no local. Bruxelas abriga também o quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e as sedes de várias empresas e organizações internacionais.
(Com agências France-Presse e Reuters)