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Times de futebol da Escócia rivalizam até em pleito sobre independência

Torcedores do Celtic fazem campanha para o país se desmembrar do Reino Unido, enquanto os rivais do Rangers advogam em favor do 'não'

Por Da Redação
12 set 2014, 07h34

Não é raro ouvir no Brasil o termo ‘Fla-Flu eleitoral’ para abordar uma rivalidade muito acentuada nas instâncias legislativas. Na Escócia, o termo deixou de ser um mero chavão político e foi levado ao pé da letra pelas torcidas dos dois principais clubes de futebol do país: Celtic e Rangers. A proximidade do plebiscito que pode resultar na declaração da independência escocesa do Reino Unido motivou os aficionados a fazerem campanha dentro dos estádios. Enquanto os torcedores do Celtic ergueram placas apoiando o ‘sim’, os fãs do Rangers estenderam um bandeirão pedindo a adesão ao ‘não’.

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A postura tem muito a ver com as tradições de cada clube. O Rangers possui em sua história e estatuto uma série de referências aos costumes britânicos e, para os torcedores, aprovar a independência do país seria um atentado contra a identidade nacional da equipe. “Muitos torcedores adotam essa identidade de uma forma tribal. Em uma análise superficial, constatamos que a maioria dos torcedores do Rangers votarão no ‘não’. Eles estão usando seus votos como uma maneira de expressar e garantir a sua própria identidade. Na visão deles, essa identidade pode ser ameaçada se a União for desmembrada”, afirmou Alan Bissett, editor do livro “Nascido Sob a Bandeira da União”, ao jornal The New York Times.

O Celtic, por sua vez, nutre uma complexa relação com a questão da independência. Certas alas da torcida se identificam com o movimento republicano da Irlanda, cujo principal expoente, o grupo terrorista IRA, promoveu uma cruzada de horror no país durante a guerra civil. Outros torcedores do Celtic, no entanto, estão céticos com relação à habilidade de Alex Salmond, chefe da campanha do ‘sim’, em comandar a transição da Escócia rumo à independência. Salmond é acusado de ter aprovado uma legislação que limitou o direito do Celtic de expressar a sua descendência irlandesa.

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Mesmo com suas contradições, o ‘sim’ encontra força entre a torcida do Celtic. A Campanha Radical pela Independência, movimento civil em prol do desmembramento, chegou a utilizar jogos da equipe para advogar a favor da campanha de Salmond. Em uma partida contra o Dundee United, aproximadamente 1.000 torcedores levantaram placas com a palavra ‘sim’ no 18º minuto da partida, em alusão à data em que ocorrerá o plebiscito. “No Celtic, você possui muitas pessoas contrárias ao sistema de governo e que nunca se sentiram confortáveis com a identidade britânica. Para nós, este é um terreno fértil. Nossa campanha tem sido espetacular, eu ficaria surpreso se 90% dos torcedores não votarem a favor da independência”, disse Tony Kenny, um dos responsáveis pelos atos de propaganda no estádio.

Uma recente pesquisa de opinião realizada na Escócia apontou que, mesmo com as campanhas realizadas durante os jogos, a maioria dos torcedores de Celtic e Rangers vão votar contra a independência. Em meio ao silêncio adotado pelos jogadores de futebol do país diante do assunto, um grupo de dezesseis renomadas figuras do esporte no país, incluindo Ally McCoist, Billy McNeil e David Moyes, declararam apoio ao ‘não’. Eles assinaram um comunicado dizendo que “todo escocês patriótico deve ajudar a manter a Escócia no Reino Unido”. Alex Ferguson, considerado o maior técnico da história do clube inglês Manchester United, também foi outro ilustre esportista escocês a advogar a favor do ‘não’.

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