Cientistas descobrem causa de misterioso distúrbio do sono no Cazaquistão
A doença afeta pessoas e animais de estimação desde 2013. Vítimas caem no sono repentinamente, até durante uma caminhada
Cientistas descobriram as causas de um estranho distúrbio do sono que afeta moradores de dois vilarejos no Cazaquistão há mais de dois anos. Segundo o governo do país, uma mina de urano na região seria responsável pela misteriosa doença que faz com que pessoas e animais de estimação caiam no sono de forma súbita, até mesmo enquanto estão caminhando. O sono pode durar até seis dias.
O problema afeta mais de 140 moradores, de um total de 810, em duas vilas no nordeste do país, reportou o jornal britânico The Guardian. Quando acordam, as vítimas apresentam perda de memória, fraqueza e dor de cabeça. Em alguns casos, o doente não chega a dormir, mas permanece em um estado de torpor que torna a fala quase incompreensível.
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A doença afeta pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Alguns descrevem sintomas adicionais, como alucinações durante a crise de sono – entre os relatos de vítimas a um jornal local estão cavalos alados, cobras na cama e vermes que comem as mãos.
Há também informações de animais de estimação que caem no sono repentinamente e não acordam com nenhum tipo de estímulo, nem mesmo seus alimentos preferidos.
Médicos estudam a misteriosa doença desde os primeiros relatos, em março de 2013. Entre as causas descartadas pelos especialistas estão desde efeitos colaterais da vodca e encefalopatias a uma espécie de psicose coletiva.
Agora, os cientistas chegaram finalmente a uma conclusão sobre a causa do distúrbio: minas de urânio desativadas após a queda da União Soviética nas proximidades das vilas elevaram os níveis de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos no ar, de acordo com o vice-primeiro-ministro do Cazaquistão Berdibek Saparbaev.
“A redução da concentração de oxigênio no ar é a causa da doença do sono nessas vilas”, disse Saparbaev.
O governo começou a evacuar os dois vilarejos, de acordo com o jornal The Guardian.
(Da redação)