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China condena intelectual à prisão perpétua

O professor Ilham Tohti é o ativista da minoria uigur mais conhecido no país. Entidades internacionais de defesa de direitos humanos criticaram a sentença

Por Da Redação
23 set 2014, 07h39

Um tribunal chinês condenou nesta terça-feira o intelectual uigur Ilham Tohti à prisão perpétua, após considerá-lo culpado de “separatismo”, segundo confirmou seu advogado Li Fangping. Tohti é o ativista uigur mais conhecido da China e uma das poucas vozes desta comunidade que critica abertamente a política do regime comunista na região de Xinjiang, no oeste da China. A minoria uigur é constantemente perseguida pelos chineses e os enfrentamentos étnicos aumentaram nos últimos anos.

O Tribunal Popular de Urumqi, capital de Xinjiang, considerou o intelectual culpado de liderar um grupo separatista de oito pessoas. A sentença também determinou que todos os bens de Tohti fossem confiscados. O intelectual e ativista é um respeitado professor de Economia em uma das universidades mais prestigiadas de Pequim. Ele rejeitou a condenação e defendeu sua inocência ao escutar sua pena. Segundo seu advogado, um dia antes da divulgação da sentença, Tohti tinha assegurado que “enfrentaria qualquer veredito com coragem”.

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Na semana passada, antes do veredicto, a mulher de Tohti, Guzailai Nu’er, que presenciou o julgamento de seu marido, manifestou estar “muito orgulhosa” dele e voltou a defender sua inocência. “Ele nunca teve medo do que falava, porque não descumpriu a lei. Só queria o entendimento entre os povos e uma China unida”, declarou. A dura sentença de Tohti está sendo criticada por organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch (HRW), que a considerou “desproporcional”.

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“É uma pena incrivelmente dura. É impactante inclusive para a China, e é a confirmação que os líderes chineses não estão tendo nem a mais mínima tolerância com as críticas sobre sua política em Xinjiang, mesmo em sua forma mais suave ou moderada”, disse Maya Wang, diretora da HRW para a China. A sentença foi emitida em um momento complicado para a comunidade uigur na China, quando a violência entre etnias se estendeu a outras regiões, e também derivou em graves atentados e episódios violentos que causaram uma centena de mortes apenas neste ano.

O último incidente aconteceu neste final de semana, quando duas pessoas morreram e várias ficaram feridas em explosões em Xinjiang. Pequim atribui qualquer incidente violento a grupos terroristas uigures que, segundo o governo, buscam a independência de Xinjiang do resto da China. A comunidade uigur denuncia casos de perseguição e discriminação por parte das autoridades chinesas que controlam a região.

(Com agências EFE e France-Presse)

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