Chefe de Hong Kong rejeita pedidos por sua renúncia
Leung Chun-Ying, no entanto, anunciou que vai enviar um representante do governo para negociar com os manifestantes que protestam por democracia
Por Da Redação
2 out 2014, 15h55
O chefe do Executivo de Hong Kong rejeitou nesta quinta-feira os pedidos por sua renúncia dos manifestantes que ocupam as ruas da cidade-estado há uma semana, mas vai enviar um representante do governo para conversar com um grupo de estudantes. “Não renunciarei porque tenho que continuar com o trabalho para as eleições”, declarou o chefe executivo Leung Chun-Ying em uma coletiva de imprensa pouco antes da meia-noite, minutos antes do fim do prazo dado pelos manifestantes para que ele deixasse o poder.
Para conversar com os membros da Federação de Estudantes de Hong Kong, Leung escolheu a secretária-chefe, Carrie Lam, a número dois do governo, para conduzir as discussões. Os manifestantes têm duas reivindicações – pedem a saída de Leung e que Pequim autorize o sufrágio universal para as eleições de 2017 em Hong Kong. Não há previsão de quando o encontro vai ocorrer. Alguns manifestantes não receberam bem a notícia do diálogo, acusando Leung de tentar “ganhar tempo e não tomar decisões”.
Ex-colônia britânica, Hong Kong passou a ser uma região administrativa especial (RAE) da China em 1997, ano em que o enclave foi devolvido. Pelo acordo entre britânicos e chineses, Hong Kong goza de um elevado grau de autonomia local, liberdade de expressão e liberdade econômica. Também preserva elementos do sistema judicial ocidental. Essas condições devem ser mantidas pelo menos até 2047.
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Em agosto, a China declarou que os cidadãos de Hong Kong poderiam votar para escolher seu próximo chefe de governo, mas apenas os candidatos aprovados por um comitê das autoridades comunistas vão poder participar – algo que os manifestantes taxaram de uma “falsa democracia”.
Falando em sua residência, cercada por dezenas de milhares de manifestantes, Leung defendeu a ação da polícia, que reprimiu manifestantes com gás lacrimogênio e prendeu dezenas de pessoas. “Durante todo esse tempo, o governo e a polícia têm usado o maior nível de tolerância permitindo que eles realizem diferentes tipos de ações para expressar suas demandas e preocupações”, disse. “Em qualquer outro lugar do mundo, se há manifestantes cercando prédios do governo… então o problema e o resultado seriam graves”, ressaltou.
(Com agências Reuters e France-Presse)
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