Catalunha faz votação simbólica sobre sua independência
A consulta desafia o veto de Madri, que proibiu a realização do referendo
A Catalunha realiza, neste domingo, uma consulta popular simbólica, mas histórica, sobre sua independência. Trata-se de um claro desafio do governo regional à proibição imposta por Madri. Em setembro, o governo espanhol pediu ao Tribunal Constitucional que declarasse ilegal o plebiscito, alegando que violaria a Constituição.
Cerca de 5,4 milhões dos 7,5 milhões de habitantes da Catalunha podem votar nesta consulta, que pergunta se a população: “Quer que a Catalunha seja um Estado? Em caso afirmativo, quer que este Estado seja independente?”.
Essa votação marca a escalada da tensão entre o presidente nacionalista Artur Mas, comprometido com o processo de independência, e o executivo central de Mariano Rajoy, que considera a consulta ilegal.
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Ao contrário do Reino Unido, que em 18 de setembro permitiu um referendo em que os escoceses rejeitaram a secessão, Rajoy conseguiu suspender a votação em duas ocasiões recorrendo ao Tribunal Constitucional.
Mas depois de desistir do referendo oficial, Artur Mas ordenou esta votação sem valor jurídico e a manteve, apesar do veto do governo, em uma manobra que pode ser considerada desobediência civil. Amparando-se na liberdade de expressão do povo catalão, convocou a votação improvisada e que não possui qualquer tipo de acompanhamento oficial.
O dia é histórico para a região orgulhosa de seu idioma e sua importância econômica, já que representa quase um quinto do PIB espanhol. A atenção das autoridades não está centrada nos resultados, esperados para segunda-feira, e sim na participação da população, que será divulgado na noite deste domingo.
(Com agência AFP)