Capital da Índia proíbe aplicativo Uber após acusação de estupro
Motorista cadastrado pelo serviço de carona paga foi preso; imprensa afirma que empresa não verificou antecedentes
O governo da capital da Índia, Nova Délhi, anunciou nesta segunda-feira que proibiu o uso do aplicativo de carona paga Uber de operar na cidade. A proibição ocorre depois que um motorista cadastrado pelo serviço foi preso por suspeita de estuprar uma passageira. “O Departamento de Transportes proibiu todas as atividades de serviços de transporte uber.com com efeito imediato”, afirma um comunicado oficial.
Segundo as autoridades indianas, o ataque ocorreu na sexta-feira. A passageira, de 26 anos, havia usado o aplicativo para chamar um dos veículos cadastrados pelo app para voltar para casa. De acordo com o relato, no meio do percurso, o motorista desviou de rota, parou o veículo, e estuprou a passageira. Ele foi detido no domingo no Estado de Uttar Pradesh, norte da Índia, para onde havia fugido depois do crime.
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Segundo a imprensa indiana, os administradores do Uber não examinaram os antecedentes criminais do motorista, de 32 anos, que em 2011 já havia sido acusado de estupro – e inocentado um ano depois da acusação. O Uber ainda não comentou o banimento das suas operações em Nova Délhi. Logo depois que o crime foi divulgado pelos jornais indianos, a empresa soltou um comunicado. “O que aconteceu este fim de semana é Nova Délhi é horrível. Toda nossa equipe está ao lado da vítima deste crime desprezível.”
A empresa que administra o Uber, aplicativo americano de “carona” mais popular do mundo, também tem sido alvo de reportagens críticas sobre a seleção dos seus motoristas nos Estados Unidos. O aplicativo já funciona em cerca de 250 cidades de 50 países, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. No Brasil, a operação é considerada irregular pelas autoridades, que acusam os motoristas cadastrados de violar o Código de Trânsito por exercício ilegal da atividade de transporte público individual remunerado. Vários carros de motoristas do Uber já foram apreendidos em São Paulo nos últimos meses.