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Brasileiro executado na Indonésia foi arrastado à morte sem receber extrema-unção

Segundo o padre Charles Burrows, guardas impediram sua entrada na ilha onde ocorreu a execução de Marco Archer para que ele recebesse o último sacramento

Por Da Redação
22 fev 2015, 18h37

O padre Charles Burrows não conseguiu dar a benção final para o brasileiro Marco Archer, condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas. Em entrevista veículo australiano Fairfex Media, que foi replicada pelo jornal The Sydney Morning Herald, o padre disse ter sido impedido pelas autoridades do país a fazer o rito da extrema-unção no brasileiro executado mês passado. A extrema-unção é um sacramento cristão dedicado aos enfermos, realizado com óleo. Burrows, que atua na Indonésia há mais de 40 anos, contou que não conseguiu nem permissão para chegar à ilha onde fica a prisão.

“Normalmente, há um momento em que o pastor ou padre vão para consolá-los. Ninguém consolou o Marco”, disse. O padre ouviu relatos de policiais da Indonésia que afirmaram que o brasileiro foi arrastado de sua cela aos prantos, pedindo ajuda e chegou até a defecar em suas calças.

“Eu continuei dizendo que eu queria estar lá. Os guardas foram muito educados, mas o advogado não me deu a autorização para entrar na ilha. Os representantes da embaixada brasileira estavam muito indignados. Eles me disseram que ninguém entrou na prisão para cuidar dele”, explicou Burrows.

Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado no dia 17 de janeiro, depois de passar mais de uma década no corredor da morte. Condenado em 2004 por tráfico de drogas, o brasileiro teve negados os dois pedidos de clemência a que tinha direito. Foi a primeira vez que um brasileiro condenado à pena capital é executado no exterior.

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Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também está no corredor da morte no país. Na terça-feira, o governo da Indonésia adiou a transferência de oito condenados à morte, entre eles Gularte, por tráfico de drogas para uma prisão insular, onde serão executados. A medida foi adotada em razão de problemas técnicos e também para permitir que dois condenados australianos possam passar mais tempo com suas famílias, informou um funcionário do governo na ocasião.

Apesar disso, as relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia estremeceram na sexta-feira passada. Dilma Rousseff adiou o recebimento da documentação que credenciaria o embaixador da Indonésia, Toto Riyanto, para trabalhar no Brasil, à espera de uma solução para o caso de Rodrigo Gularte. Riyanto chegou a comparecer à cerimônia no Palácio do Planalto, mas foi retirado pela entrada lateral.

O Ministério das Relações Exteriores chamou o embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, para consultas. O governo da Indonésia também chamou seu embaixador de volta a Jacarta até que o governo brasileiro marque uma data para que ele apresente suas credenciais e classificou como “inaceitável” o tratamento dado ao diplomata pelo governo brasileiro. O Itamaraty não comentou a decisão da Indonésia.

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