Itamaraty pede hospitalização de brasileiro condenado à morte
Segundo as leis da Indonésia, pessoas com problemas mentais não podem ser executadas. O brasileiro Rodrigo Gularte foi diagnosticado com esquizofrenia
A embaixada do Brasil em Jacarta solicitou nesta terça-feira a hospitalização do réu brasileiro Rodrigo Gularte, que aguarda sua execução no corredor da morte na Indonésia, porque ele foi diagnosticado com esquizofrenia. Fontes diplomáticas disseram que solicitaram à promotoria que Gularte, condenado à pena de morte após ser preso com 6 kg de cocaína em pranchas de surfe, seja internado em um hospital psiquiátrico, o que evitaria sua execução.
“Ele está mentalmente doente, foi diagnosticado com esquizofrenia. Segundo a lei indonésia, uma pessoa doente não pode ser executada”, disse um funcionário da Embaixada brasileira, que preferiu não revelar seu nome. Segundo a delegação brasileira, Gularte está sendo “bem tratado” na prisão e, além da ajuda diplomática, alguns familiares também estão na Indonésia.
Leia também
Brasileiro desaparece após festa na Indonésia
Indonésia vai executar dois australianos por tráfico de drogas
Indonésia nega pedido de clemência a Rodrigo Gularte
Na quinta-feira, o procurador-geral indonésio, H.M. Prasetyo, disse que estão preparados para executar utilizando um pelotão de fuzilamento onze réus, incluindo Gularte e outros seis estrangeiros. Segundo o jornal The Jakarta Post, as execuções ocorrerão na ilha de Nusakambangan, na província de Java Central, no final de fevereiro, embora a Embaixada brasileira indique que não foi informada oficialmente.
“Estamos prontos. Só é questão de apertar o botão”, disse Ulung Sampurna, chefe de Polícia de Cilacap, regência onde se encontra Nusakambangan. Em 18 de janeiro, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, chamou para consultas o embaixador brasileiro após apelar sem sucesso a seu colega indonésio, Joko Widodo, para que freasse a execução de outro preso brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira.
Saiba mais
Quase 1.000 brasileiros estão presos por tráfico de drogas em outros países
O embaixador brasileiro ainda não voltou para Indonésia e Dilma afirmou que o fuzilamento de seu compatriota afetaria as relações diplomáticas entre os países. A Indonésia tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 são por narcotráfico, dois por terrorismo e 74 por outros delitos.
(Com agências EFE e France-Presse)