Bombardeio mata quatro membros de uma família na Síria
Exército responde aos ataques de insurgentes que tentam entrar em Damasco
Duas crianças, sua mãe e sua avó morreram na madrugada desta terça-feira em um bombardeio do Exército sírio contra uma localidade da província de Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). O menino tinha três anos, e sua irmã, cinco anos. Os quatro morreram na região de Mqailyabé, na região de Damasco, feudo dos insurgentes que lutam com as tropas do ditador Bashar Assad e uma das zonas mais atingidas pelos bombardeios.
Entenda o caso
- • Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
- • Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
- • Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
O Exército responde há semanas com bombardeios aos ataques dos insurgentes que tentam entrar em Damasco, bastião do regime. Os rebeldes continuam entrincheirados nos bairros periféricos e nos subúrbios do sul e do leste da capital. Nesta terça-feira, três homens morreram e mais de 20 civis ficaram feridos em bombardeios contra Hajar al Aswad, ao sul da capital.
Na segunda-feira, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha e que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos, afirmou que mais de 6.000 pessoas morreram em março na Síria, tornando esse mês o mais violento desde o início da revolta contra o governo de Bashar Assad, há dois anos.
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Mortes – “Pelo menos 6.005 pessoas morreram em março. Dentre elas, 2.080 são civis, incluindo 298 crianças de menos de 16 anos e 291 mulheres”, indicou o chefe do OSDH, Rami Abdel Rahman. Segundo ele, pelo menos 2.074 pessoas mortas são rebeldes – incluindo 86 soldados desertores que se juntaram aos insurgentes -, e 1.464 são membros das tropas do governo. Entre os rebeldes mortos estão 588 pessoas que não tiveram suas identidades verificadas pelo OSDH, incluindo “um grande número de combatentes não-sírios”.
Segundo um registro apresentado em fevereiro pela ONU, mais de 70.000 pessoas morreram desde o início da revolta, em março de 2011. O OSDH indicou nesta segunda 62.594 mortos, sendo 30.782 civis, 15.283 soldados do Exército regular e 14.302 rebeldes. A organização afirma que a identidade dos mortos é minuciosamente documentada. Os registros do OSDH não incluem as milhares de pessoas desaparecidas em detenção, nem a maior parte dos mortos entre os “shabbihas” (milicianos pró-regime).
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(Com agência France-Presse)